Na prossecução do seu principal objectivo de resgatar a história da radiodifusão em Cabo Verde, o KRIOL RÁDIO orgulha-se de apresentar na íntegra as respostas a um questionário enviado ao jornalista Fonseca Soares (Tchá para os colegas e amigos). Um jornalista experiente, um comunicar por excelência, e um verdadeiro homem da rádio (radialista). Sem dúvida uma referência para a actual geração de jornalistas de rádio.
Ajude-nos também a contar a história da Rádio em Cabo Verde.
KRIOL RÁDIO: Como era a rádio naquele tempo quando começaste a trabalhar?
Fonseca Soares: Encontrei uma Rádio que aprendi a reconhecer como profissional, apesar da estrutura amadora. Uma pequena estação emissora emitindo em Ondas Curtas – depois em simultâneo também Frequência Modulada – com três períodos de emissão diários, perfazendo um total de oito horas/dia. Mas começando pelo início, a Rádio Barlavento que descobri no ano 1971, era bastante bem organizada a ponto de ter concebido testes específicos para triagem de candidatos a estágios de radialistas. Para discotecário, para ajudante de estúdio (operador de som) e para locutor (apresentador). Na altura ainda não havia a classe de jornalistas na colónia.
No caso do candidato a locutor, além de habilitações literárias era necessário passar por um teste de leitura e gravação de ‘papéis utilizados’ nos jornais da estação, com um colectivo de júris (reconhecidos homens da literatura) a aquilatar do mínimo de condições para se ser aceite em estágio. Notava-se desde logo, que havia um perfil bem definido para radialista crioulo que começava pelo timbre da voz e acabando na dicção e um certo nível de cultura geral.
Nunca me esquecerei do dia em que – após várias noites de desassossego – chamado para os resultados do teste de admissão, o director executivo da estação, Telmo Bárrio Vieira, me confidenciou o seu dilema: “que eu tinha conseguido boas notas e passado nos testes mas que não podia me admitir sequer para estágio como locutor, pois não tinha idade para ser chefe de ninguém; que do organigrama da estação se aferia que o locutor era quem assumia a chefia da equipa de serviço… e que eu nem podia ser chefe de mim mesmo. Fiquei mudo e quedo.
Na mente, em turbilhão, o cenário de um desmoronar precoce do sonho que me habitava há muito, não obstante os meus quinze anos na altura. Perante o meu silêncio, o sr. Telmo sentiu-se obrigado a avançar com uma proposta alternativa. O máximo que podia fazer por mim… era deixar-me entrar para o estágio de ‘ajudante de estúdio’… que assim sendo já estaria na ‘casa’… quem sabe se dali a alguns anos já poderia ‘entrar’ para locutor… Sem pensar, acho que a resposta nasceu mesmo na boca: “Sim senhor, eu quero!”
Isto já serve para dar uma ideia da organização da então Rádio Barlavento. Com hierarquias bem definidas. Um director que quase nunca víamos (um Dr. Aníbal Lopes da Silva mais preocupado com arranjar os meios, além da direcção do Grémio); um director executivo e técnico omnipresente; equipas de serviço formadas por uma dupla de locutor e ajudante de estúdio; com horários pós laboral pré-definidos e em escalas próprias.
Afora isso, uma discoteca/bandoteca bem gerida e bem servida, com o papel de programar todas as músicas de cada das rubricas da programação global da estação. De realçar que só em ‘programas de autor’ se tinha o ónus de poder rodar músicas do gosto da equipa de serviço. Aliás uma Programação de onde se poderia aferir da preocupação em ter um política de rodagem/passagem de música: à volta de 50% do tempo se rodava a chamada ‘música da nossa terra’; uns 30% de música portuguesa; e o restante, para música estrangeira que, também ela, era muito rica na discoteca pois era alimentada por acordos/contratos com distribuidoras portuguesas (da então ‘metrópole’).
No que à Informação diz respeito, tirando o facto de notícias locais serem quase que inexistentes (e só em momentos especiais merecerem honras de notícia – para mais, escritas fora da estação!), o mesmo se poderá avançar em relação à forma como, todos os dias, e em todos os jornais (das treze e das vinte) se apresentavam notícias nacionais (Portugal) e do Mundo, à luz do controlo e da censura na escolha dos ‘papeis e estórias’ apresentados nos mesmos, de acordo com a conjuntura da época.
E as ‘notícias’ chegavam através da recepção via morse dos textos e alinhamentos enviados da capital portuguesa, recebidos e descodificados pelo saudoso Francisco Tavares d’Almeida (Chico Escuta) … e lidos depois pelos locutores da Rádio Barlavento. Na sequência da tomada da Rádio Barlavento e consequente instituição da Rádio Voz de S.Vicente, aconteceu uma mini-revolução em termos de informação e programação – estes agora virados para a terra e pelo nosso continente.
Focalizando agora os ouvintes dessa estação emissora, pode-se dizer que a audiência tinha como único limite o custo dos receptores de rádio que eram rádios a válvula, raros e caros… nem todos podiam dispôr em suas casas… pelo que muita gente escutava a rádio à janela de vizinhos ou em lugares públicos - de que se destaca a ‘corneta’ da Praça Nova - no Mindelo. Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde. Todos se interessavam ou estavam mesmo ‘enfeitiçados’ pela caixinha que falava e tocava.
Desnecessário será então referir do profissionalismo, organização, seriedade dessa estação emissora – não obstante ser uma rádio amadora – com gente a trabalhar em regime de ‘part-time’.
KRIOL RÁDIO: Qual a comparação com a rádio de hoje?
A comparação maior que se pode fazer em relação à rádio de hoje… resume-se neste antagonismo: por um lado, uma rádio amadora com cariz profissional; versus uma rádio profissional com cariz amador. Salvaguardando, com certeza, as devidas proporções e conjunturas, porque na realidade não são situações nem organizações comparáveis. Oito horas de emissão por dia – divididas por três períodos… versus 24 horas/dia; uma pequena equipa de amadores a laborar nas horas de lazer… versus uma equipa bem grande de profissionais, na sua maioria com formação específica e superior na matéria;
Já em termos técnicos e de equipamentos… a diferença é abismal, tanto em meios humanos como em meios técnicos. No entanto, é de realçar que os meios para a manutenção e renovação não progrediram de acordo com a estrutura. Ontem como hoje, continuam a depender e muito, da conjugação de esforços externos à estação sobretudo em tempos de penúria, e mediante a convocação de todos os deuses… Nunca me esqueço do tempo em que – nas emissões - se anunciava uma determinada peça ou programa, fechava-se rapidamente o microfone para se poder dar o competente ‘soco/play’ no gravador para se poder ter de seguida a entrada do RM ou gravação do programa ou spot.
E isto diz tudo em relação a meios. Há que reconhecer que se registou uma evolução extraordinária a nível global na rádio pública deste país. Mas não como ignorar que ainda hoje há sectores que têm muito a aprender com a prática da rádio d’outrora. Sobretudo na organização, seriedade, entrega… em resumo no profissionalismo. Há coisas que continuam a acontecer hoje mas que não são mais admissíveis.
KRIOL RÁDIO: Como profissional com mais de 30 anos de actividade, qual a tua opinião sobre a rádio que se faz hoje em Cabo Verde (a rádio de serviço publico e as outras que estão no mercado)?
Temos hoje uma rádio pública, após um período bom e de crescente qualidade, estagnada há pelo menos uns dez anos. Digo isto porque a minha experiência mo diz, e foi mostrando ao longo dos anos que a Rádio Nacional evoluiu a reboque e acompanhando a própria vida do país. Cumpriu sempre nos tempos ‘especiais’ como é o caso do período de transição para a Independência e nos primeiros anos da construção deste país, exercendo um papel fundamental na conscientização deste povo e sobretudo no despertar para realidade sócio-política das ilhas.
Ajudou e cumpriu nos tempos da criação do país com o redescobrir da nossa identidade e cultura nacionais… e mesmo no montar das estruturas todas do novel Estado. Foi ajudando, e mesmo em certos momentos, empurrando (facilitando) … estamos a pensar nos tempos de partido único. Mais tarde, voltou a cumprir e ter papel de destaque na instauração do multi-partidarismo, e continua – sobretudo em momentos chave como os das eleições – a dar o seu quinhão para o desenvolvimento das ilhas. Mas posso dizer que há já bons anos que estamos em momento crucial – hesitantes – à espera de dar o necessário passo (salto) em frente… que teima em não acontecer.
A Rádio Nacional precisa tornar-se mais profissional, mais da Nação e assumindo equidistância dos partidos, especialmente os do poder. Em suma, a RN precisa emancipar-se (através da assinatura de contratos-programa de serviço público) e ter uma agenda própria, de acordo com os desígnios e exigências da Nação, tanto em termos de Informação como de Programação. No sentido de uma maior proximidade em relação às populações de todos os cantos do país. Uma informação e uma programação ao serviço do desenvolvimento das gentes das ilhas – e não de interesses pessoais, de poderes económicos e partidários, conjunturais e mais a ver com estratégias de poder.
A Rádio de Cabo Verde precisa passar a ser, através de uma decisão firme e um investimento programado de acordo com uma estratégia sábia e científica, uma Estação Profissional de Rádio Pública. Com os contratos-programa normalizados e normatizados a serem cumpridos na íntegra. Cumprindo com o seu papel de órgão estatal de informação e formação, com programas que ajudem a enformar a sociedade civil desejada que, por sua vez, irá criar uma nova mentalidade de participação na vida pública do país e na produção de mais valias para o tal Cabo Verde novo que todos almejamos e merecemos.
Quanto às outras rádios, infelizmente, nota-se a mesma superficialidade em relação aos problemas do país, e uma atenção quase que exclusiva à passagem de música comercial, e com uma programação sem outro objectivo que não seja o puro divertimento.
KRIOL RÁDIO: Na tua opinião, quais os grandes desafios que se colocam à rádio que se faz hoje em Cabo Verde?
O já mencionado desafio da profissionalização no verdadeiro sentido da palavra, dando a devida atenção às produções factual, cultural e educacional, com a eficiência exigida num país de parcos recursos.
Resumindo, a montagem de redacções a funcionar em pleno, com vida e agenda próprias… alimentadas pelo ritmo de desenvolvimento e pelos desafios do país. Criar a capacidade de emitir em directo, regularmente, em todo e qualquer ponto do país. Tratar de todos os ângulos o sem número de preocupações e problemas do dia-a-dia das populações – dar vez e voz à Nação Caboverdiana.
KRIOL RÁDIO: Se tivesses que dar algum conselho aos jovens que estão a iniciar funções na rádio, o que é lhes dirias?
Antes de mais gostaria de dizer isto: Ao futuro da Rádio Pública se deve dar muito mais atenção, com a definição de um perfil global do homem de rádio. Desde a inscrição nos RH’s até ao final de um estágio específico. Porque se nota que Cabo Verde já teve, em períodos circunscritos, o que se pode chamar de ‘anos de ouro da rádio’. É preciso cuidar da passagem de testemunho, sem a perda de valores, de qualidade.
E aos jovens que se iniciam na carreira de jornalistas de rádio, chamamos a atenção para a necessidade de ‘trabalhar a língua’, trabalhar a voz, a dicção, sem esquecer a escrita/redacção específica para Rádio, essa tal escrita quase que falada – que infelizmente parece estar a perder-se irremediávelmente. Digo isto porque me parece que está visível para todos a perda de qualidade nesse campo.
E, para terminar, peço aos jovens radialistas que sejam exigentes consigo próprios, que estudem sempre, que aprendam no seu dia-a-dia, que estejam atentos e ligados à sociedade para a qual trabalham.
KriolRádio
Ajude-nos também a contar a história da Rádio em Cabo Verde.
KRIOL RÁDIO: Como era a rádio naquele tempo quando começaste a trabalhar?
Fonseca Soares: Encontrei uma Rádio que aprendi a reconhecer como profissional, apesar da estrutura amadora. Uma pequena estação emissora emitindo em Ondas Curtas – depois em simultâneo também Frequência Modulada – com três períodos de emissão diários, perfazendo um total de oito horas/dia. Mas começando pelo início, a Rádio Barlavento que descobri no ano 1971, era bastante bem organizada a ponto de ter concebido testes específicos para triagem de candidatos a estágios de radialistas. Para discotecário, para ajudante de estúdio (operador de som) e para locutor (apresentador). Na altura ainda não havia a classe de jornalistas na colónia.
No caso do candidato a locutor, além de habilitações literárias era necessário passar por um teste de leitura e gravação de ‘papéis utilizados’ nos jornais da estação, com um colectivo de júris (reconhecidos homens da literatura) a aquilatar do mínimo de condições para se ser aceite em estágio. Notava-se desde logo, que havia um perfil bem definido para radialista crioulo que começava pelo timbre da voz e acabando na dicção e um certo nível de cultura geral.
Nunca me esquecerei do dia em que – após várias noites de desassossego – chamado para os resultados do teste de admissão, o director executivo da estação, Telmo Bárrio Vieira, me confidenciou o seu dilema: “que eu tinha conseguido boas notas e passado nos testes mas que não podia me admitir sequer para estágio como locutor, pois não tinha idade para ser chefe de ninguém; que do organigrama da estação se aferia que o locutor era quem assumia a chefia da equipa de serviço… e que eu nem podia ser chefe de mim mesmo. Fiquei mudo e quedo.
Na mente, em turbilhão, o cenário de um desmoronar precoce do sonho que me habitava há muito, não obstante os meus quinze anos na altura. Perante o meu silêncio, o sr. Telmo sentiu-se obrigado a avançar com uma proposta alternativa. O máximo que podia fazer por mim… era deixar-me entrar para o estágio de ‘ajudante de estúdio’… que assim sendo já estaria na ‘casa’… quem sabe se dali a alguns anos já poderia ‘entrar’ para locutor… Sem pensar, acho que a resposta nasceu mesmo na boca: “Sim senhor, eu quero!”
Isto já serve para dar uma ideia da organização da então Rádio Barlavento. Com hierarquias bem definidas. Um director que quase nunca víamos (um Dr. Aníbal Lopes da Silva mais preocupado com arranjar os meios, além da direcção do Grémio); um director executivo e técnico omnipresente; equipas de serviço formadas por uma dupla de locutor e ajudante de estúdio; com horários pós laboral pré-definidos e em escalas próprias.
Afora isso, uma discoteca/bandoteca bem gerida e bem servida, com o papel de programar todas as músicas de cada das rubricas da programação global da estação. De realçar que só em ‘programas de autor’ se tinha o ónus de poder rodar músicas do gosto da equipa de serviço. Aliás uma Programação de onde se poderia aferir da preocupação em ter um política de rodagem/passagem de música: à volta de 50% do tempo se rodava a chamada ‘música da nossa terra’; uns 30% de música portuguesa; e o restante, para música estrangeira que, também ela, era muito rica na discoteca pois era alimentada por acordos/contratos com distribuidoras portuguesas (da então ‘metrópole’).
No que à Informação diz respeito, tirando o facto de notícias locais serem quase que inexistentes (e só em momentos especiais merecerem honras de notícia – para mais, escritas fora da estação!), o mesmo se poderá avançar em relação à forma como, todos os dias, e em todos os jornais (das treze e das vinte) se apresentavam notícias nacionais (Portugal) e do Mundo, à luz do controlo e da censura na escolha dos ‘papeis e estórias’ apresentados nos mesmos, de acordo com a conjuntura da época.
E as ‘notícias’ chegavam através da recepção via morse dos textos e alinhamentos enviados da capital portuguesa, recebidos e descodificados pelo saudoso Francisco Tavares d’Almeida (Chico Escuta) … e lidos depois pelos locutores da Rádio Barlavento. Na sequência da tomada da Rádio Barlavento e consequente instituição da Rádio Voz de S.Vicente, aconteceu uma mini-revolução em termos de informação e programação – estes agora virados para a terra e pelo nosso continente.
Focalizando agora os ouvintes dessa estação emissora, pode-se dizer que a audiência tinha como único limite o custo dos receptores de rádio que eram rádios a válvula, raros e caros… nem todos podiam dispôr em suas casas… pelo que muita gente escutava a rádio à janela de vizinhos ou em lugares públicos - de que se destaca a ‘corneta’ da Praça Nova - no Mindelo. Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde. Todos se interessavam ou estavam mesmo ‘enfeitiçados’ pela caixinha que falava e tocava.
Desnecessário será então referir do profissionalismo, organização, seriedade dessa estação emissora – não obstante ser uma rádio amadora – com gente a trabalhar em regime de ‘part-time’.
KRIOL RÁDIO: Qual a comparação com a rádio de hoje?
A comparação maior que se pode fazer em relação à rádio de hoje… resume-se neste antagonismo: por um lado, uma rádio amadora com cariz profissional; versus uma rádio profissional com cariz amador. Salvaguardando, com certeza, as devidas proporções e conjunturas, porque na realidade não são situações nem organizações comparáveis. Oito horas de emissão por dia – divididas por três períodos… versus 24 horas/dia; uma pequena equipa de amadores a laborar nas horas de lazer… versus uma equipa bem grande de profissionais, na sua maioria com formação específica e superior na matéria;
Já em termos técnicos e de equipamentos… a diferença é abismal, tanto em meios humanos como em meios técnicos. No entanto, é de realçar que os meios para a manutenção e renovação não progrediram de acordo com a estrutura. Ontem como hoje, continuam a depender e muito, da conjugação de esforços externos à estação sobretudo em tempos de penúria, e mediante a convocação de todos os deuses… Nunca me esqueço do tempo em que – nas emissões - se anunciava uma determinada peça ou programa, fechava-se rapidamente o microfone para se poder dar o competente ‘soco/play’ no gravador para se poder ter de seguida a entrada do RM ou gravação do programa ou spot.
E isto diz tudo em relação a meios. Há que reconhecer que se registou uma evolução extraordinária a nível global na rádio pública deste país. Mas não como ignorar que ainda hoje há sectores que têm muito a aprender com a prática da rádio d’outrora. Sobretudo na organização, seriedade, entrega… em resumo no profissionalismo. Há coisas que continuam a acontecer hoje mas que não são mais admissíveis.
KRIOL RÁDIO: Como profissional com mais de 30 anos de actividade, qual a tua opinião sobre a rádio que se faz hoje em Cabo Verde (a rádio de serviço publico e as outras que estão no mercado)?
Temos hoje uma rádio pública, após um período bom e de crescente qualidade, estagnada há pelo menos uns dez anos. Digo isto porque a minha experiência mo diz, e foi mostrando ao longo dos anos que a Rádio Nacional evoluiu a reboque e acompanhando a própria vida do país. Cumpriu sempre nos tempos ‘especiais’ como é o caso do período de transição para a Independência e nos primeiros anos da construção deste país, exercendo um papel fundamental na conscientização deste povo e sobretudo no despertar para realidade sócio-política das ilhas.
Ajudou e cumpriu nos tempos da criação do país com o redescobrir da nossa identidade e cultura nacionais… e mesmo no montar das estruturas todas do novel Estado. Foi ajudando, e mesmo em certos momentos, empurrando (facilitando) … estamos a pensar nos tempos de partido único. Mais tarde, voltou a cumprir e ter papel de destaque na instauração do multi-partidarismo, e continua – sobretudo em momentos chave como os das eleições – a dar o seu quinhão para o desenvolvimento das ilhas. Mas posso dizer que há já bons anos que estamos em momento crucial – hesitantes – à espera de dar o necessário passo (salto) em frente… que teima em não acontecer.
A Rádio Nacional precisa tornar-se mais profissional, mais da Nação e assumindo equidistância dos partidos, especialmente os do poder. Em suma, a RN precisa emancipar-se (através da assinatura de contratos-programa de serviço público) e ter uma agenda própria, de acordo com os desígnios e exigências da Nação, tanto em termos de Informação como de Programação. No sentido de uma maior proximidade em relação às populações de todos os cantos do país. Uma informação e uma programação ao serviço do desenvolvimento das gentes das ilhas – e não de interesses pessoais, de poderes económicos e partidários, conjunturais e mais a ver com estratégias de poder.
A Rádio de Cabo Verde precisa passar a ser, através de uma decisão firme e um investimento programado de acordo com uma estratégia sábia e científica, uma Estação Profissional de Rádio Pública. Com os contratos-programa normalizados e normatizados a serem cumpridos na íntegra. Cumprindo com o seu papel de órgão estatal de informação e formação, com programas que ajudem a enformar a sociedade civil desejada que, por sua vez, irá criar uma nova mentalidade de participação na vida pública do país e na produção de mais valias para o tal Cabo Verde novo que todos almejamos e merecemos.
Quanto às outras rádios, infelizmente, nota-se a mesma superficialidade em relação aos problemas do país, e uma atenção quase que exclusiva à passagem de música comercial, e com uma programação sem outro objectivo que não seja o puro divertimento.
KRIOL RÁDIO: Na tua opinião, quais os grandes desafios que se colocam à rádio que se faz hoje em Cabo Verde?
O já mencionado desafio da profissionalização no verdadeiro sentido da palavra, dando a devida atenção às produções factual, cultural e educacional, com a eficiência exigida num país de parcos recursos.
Resumindo, a montagem de redacções a funcionar em pleno, com vida e agenda próprias… alimentadas pelo ritmo de desenvolvimento e pelos desafios do país. Criar a capacidade de emitir em directo, regularmente, em todo e qualquer ponto do país. Tratar de todos os ângulos o sem número de preocupações e problemas do dia-a-dia das populações – dar vez e voz à Nação Caboverdiana.
KRIOL RÁDIO: Se tivesses que dar algum conselho aos jovens que estão a iniciar funções na rádio, o que é lhes dirias?
Antes de mais gostaria de dizer isto: Ao futuro da Rádio Pública se deve dar muito mais atenção, com a definição de um perfil global do homem de rádio. Desde a inscrição nos RH’s até ao final de um estágio específico. Porque se nota que Cabo Verde já teve, em períodos circunscritos, o que se pode chamar de ‘anos de ouro da rádio’. É preciso cuidar da passagem de testemunho, sem a perda de valores, de qualidade.
E aos jovens que se iniciam na carreira de jornalistas de rádio, chamamos a atenção para a necessidade de ‘trabalhar a língua’, trabalhar a voz, a dicção, sem esquecer a escrita/redacção específica para Rádio, essa tal escrita quase que falada – que infelizmente parece estar a perder-se irremediávelmente. Digo isto porque me parece que está visível para todos a perda de qualidade nesse campo.
E, para terminar, peço aos jovens radialistas que sejam exigentes consigo próprios, que estudem sempre, que aprendam no seu dia-a-dia, que estejam atentos e ligados à sociedade para a qual trabalham.
KriolRádio
Em primeiro lugar no português que aprendi, nao me ensinaram o que é um radialista. Nao sei o que é um radialista.
ResponderEliminarOutra coisa que nao percebi na pena de Fonseca Soares, que dei muita pancada ha tempos no seu blogue, é essa estorieta de que com a independência começaram os "anos de outro" da Radio em CV.
Essa tese vai contra muitos elogios que Fonseca teceu à Radio pre-independência. Porquê "anos de ouro so com a independência?
Gostaria também que o homem da radio nos explicasse porque é que ele diz que a classe de jornalista nao existia no tempo em que ele começou?
Que eu saiba, um repórter é uma funçao jornalistica, alias a funçao por excelência da profissao segundo muitos especialistas, e dizia repórter sempre existiu desde que a Radio foi criada em Cabo Verde.
Tanto reporter à cata de noticias locais que eram produzidas localmente em S Vicente ou Praia, quer reporter desportivo que dava relatos.
Estou a ver que ha que ensinar ao homem da radio os conceitos da sua propria profissao que ele parece desconhecer. Por exemplo, o Fonseca fala em locutor e em programas de autor.
Ora bem a propria descriçao que Fonseca nos dá do conteudo daquilo que um locutor fazia mais nao era do que conteudo jornalistico; a mesma coisa em relaçao ao fazedor de programas de autor, como Zito Azevedo na Radio Barlavento, que produzia os seus programas, logo que era um produtor de radio, onde escrevia e lia os textos e fazeia entrevistas.
O que é isso senao jornalismo?.
Acho que o Fonseca nao soube contextualizar e saber interpretar bem a cultura radiofonica no tempo. Nao me estranha, pois aqui ha tempos aquela sessao de porrada que dei ao Fonseca tinha a ver também com o tratamento de noçoes e conceitos que o Fonseca tinha problemas em saber tratar.
O que Fonseca nao soube interpretar é que a cultura existente na altura, ainda nao tinha inventado o conceito moderno de jornalismo de radio, apenas como nome, pois ja expliquei que na verdade o trabalho ja existia e era feito, mas com outros nomes: locutor, reporter ou programador e produtor.
A modernidade dos anos 70 a nivel mundial, depois resolveu dar nome a essa coisa que ja se fazia de jornalismo de imprensa, de radio e de televisao.
E' pena ver pessoas como Fonseca que nao sabem defender a importância da propria profissao e que na verdade nao conhecem o historial dos conceitos da profissao.
Fonseca ja se esqueceu por exemplo que nao era toda a gente que podia ser locutor e o exemplo que deu dos concursos mostra e demonstra a importancia da mesma. Ser locutor, nao era so ter uma boa voz e dicçao, mas era saber escrever e ter capacidade de improviso para falar sem papel, entrevistar pessoas nas festas em directo ou fazer uma reportagem de uma actividade qualquer musical cultural ou desportiva.
Oh Fonseca o que é ser locutor de uma reportagem qualquer, sei la por exemplo das emissoes da eleiçao das misses ou do Carnaval que se fazia, senao JORNALISMO DE RADIO?
Mais uma contribuiçao de borla, enquanto estou à espera dos amigos e colegas do Carlos. Com sumo e nao para me perguntarem a cor das minhas calças porque tal nao interesssa. O que interessa é o debate, as ideias e uma estoria com cabeça tronco e membros.
Mando ja a factura, mas estou à espera do endereço do Anonimo que me pede identificaçao.
Al Binda
Magnífico, meu apoio total ao Al Binda.Tivestes coragem de dizer coisas que muita gente gostaria de dizer. Continue sou seu fã.
ResponderEliminarAh! Al Binda… sempre à procura de ‘ganchos’ para se pendurar… e aproveitar para se exibir em pruridos exibicionistas! “Radialista” nasceu no Brasil, é verdade… mas hoje foi adoptada e existe no mundo de expressão portuguesa. Grande ‘escabêshe’! Adiante.
ResponderEliminarEsta afirmação é sua, e cito: “é essa estorieta de que com a independência começaram os ‘anos de outro’ da Radio em CV. Porquê ‘anos de ouro’ só com a independência?” O ónus da resposta deve ser sua, pois eu nunca fiz essa afirmação. Senão vejamos: eu escrevi isto, falando desses longínquos anos, antes da independência: “Focalizando agora os ouvintes dessa estação emissora, pode-se dizer que a audiência tinha como único limite o custo dos receptores de rádio que eram rádios a válvula, raros e caros… nem todos podiam dispôr em suas casas… pelo que muita gente escutava a rádio à janela de vizinhos ou em lugares públicos - de que se destaca a ‘corneta’ da Praça Nova - no Mindelo. Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde. Todos se interessavam ou estavam mesmo ‘enfeitiçados’ pela caixinha que falava e tocava.”
Um outro ‘cavalo de batalha’ teu: “porque é que ele diz que a classe de jornalista nao existia no tempo em que ele começou?” Aqui a resposta é também simples. Nessa época não existia a classe de Jornalista na colónia portuguesa de Cabo Verde. Não existia sequer essa profissão. Havia gente, como o citado Zito Azevedo, Nhô Djunga, Armanda Fonseca, entre muitos outros, que ‘faziam as vezes de’ nos seus tempos de lazer. E é também necessário não esquecer que falava da minha rádio da época: Rádio Barlavento.
Espero ter sido compreendido. Abraço.
Meu caro Al, as minhas melhores saudações. Antes de mais, espero que não se abespinhe por eu o tratar pelo nome próprio.
ResponderEliminarÉ que, susceptível como tem mostrado ser, eu não estranhava nada se, a propósito deste meu gesto de intimidade, viesse aqui com mais umas lautas laudas da sua escrita egocêntrica invectivar-me por isso.
Há dias escrevi neste blog a pedir-lhe que se identificasse se queria de facto passar ao Carlos Santos a factura pela “excelente contribuição” e pela “clarividência” das análises com que nos tem brindado.
Como seria de esperar, reagiu mal. Quanto aos comentários com que acolheu a entrevista feita ao Fonseca Soares, tenho de dizer que não concordo com o seu conteúdo.
Nada entendo de jornalismo mas vê-se que o homem sabe do que fala, analisa com conhecimento de causa o Fenómeno Rádio em Cabo Verde e, acima de tudo, assume-se apenas como mais um, e não, ao contrário daquilo que muitos fazem, como o melhor, que deu a sua contribuição (valiosa) para que essa vertente de comunicação social fosse hoje o que é no nosso país.
Ao longo dos tempos tenho seguido a carreira do nosso “Tchá” e o que ele tem feito é muito mais do que a maior parte das pessoas (em regra verbalmente mais prolixas quando se trata de afagar o próprio ego) tem realizado nas respectivas áreas de actividade.
A análise que ele faz é lúcida, objectiva, tecnicamente inatacável e significa um bom contributo para se compreender o que tem sido o percurso da Rádio em Cabo Verde. Espero que, neste blog ou noutros espaços de liberdade de pensamento, apareçam mais contribuições da mesma qualidade.
Voltando ao início, e uma vez que me pediu, no post por si inserido na matéria referente ao programa Visão Global, que me identifique, aí vai: usando as suas próprias palavras, o meu criador baptizou-me como Al Ba, um nome conhecido e, por sinal, muito respeitado.
PS: A propósito, há um comentário nesta coluna assinado por alguém que se define como seu fã, fazendo-lhe rasgados elogios, e não vi, da sua parte qualquer reacção, ao contrário do que aconteceu comigo quando pedi que se identificasse. Porque será?
Reconhecidamente seu,
Al Ba
Nao Al Ba, se eu fosse "susceptivel" ja estava morto. Ja viste as minhas intervençoes aqui em quasse todos os blogues e no Semana? Desde quando que um susceptivel poderia sair ileso de tantas armadilhas? Tu nao deves ser mindelense, porque nao percebes nada do meu humor! Pede um estagio ja ao Fonseca que é de Sintanton, mas que foi descobrir o que é saber viver em Soncente.
ResponderEliminarAté as mentirinhas aprendeu com os mindelenses. E mesmo os disparates, como essa de imitar os brasileiros a falar. Tu nao sabes mas se ha povo mais abandalhado neste mundo, porque consegue imitar o mais parolo da face terra para gozar com a propria cara, esse povo é mindelense.
Pois é o santantonense Fonseca Soares apannhou esses tiques todos e hoje ja tem mesmo o descaramento de falar brasileiro clamando nas ondas pagas com o dinheiro do contribuinte por radialistas. E como eu disse até profere mentirinhas.
Vejamos entao a desfaçatez do Fonseca que escreve mas depois faz batota citando apenas parte do que escreveu. Mas fui buscar a frase que começava antes do paragrafo que ele citou:
"Na sequência da tomada da Rádio Barlavento e consequente instituição da Rádio Voz de S.Vicente, aconteceu uma mini-revolução em termos de informação e programação – estes agora virados para a terra e pelo nosso continente.
"Focalizando agora os ouvintes dessa estação emissora (...) Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde."
Pois é senhor Fonseca Soares assim é que a frase que é formada de partes de dois paragrafos tem de ser lida. Você falou mesmo em "mini-revoluçao, coisas da terra, etc depois da tomada Radio Barlavento, quer dizer Radio Voz de S Vicente e conclui sublinhando que "estava-se assim naquilo que se pode chamar "anos de outro da Radio em Cabo Verde.
E' assim ou nao senhor Fonseca. Seja honesto, porque está escrito e você é o autor.
Portanto quem precisa aqui de "ganchos para se pendurar", que traduzo para se enforcar é voce Fonseca. Você nao sabe o que escreve, homem!
Claro que sabe, mas de vez em quando é ligeiro naquilo que diz, como essa outra de exibir os seus 15 anos para se achar ja homem formado, responsavel e competente para ser locutor de radio, quer dizer, apresentador, quer dizer, reporter, quer dizer JORNALISTA.
Mas o que é que um puto de 15 anos sabe para ter essas responsabilidades? Felizmente que o Senhor Telmo foi responsavel.
Você diz Fonseca que a "classe de jornalista" nao existia naquela altura em Portugal? Mas oh homem de Deus, eu ja lhe disse que o conceito com o nome de jornalismo de radio ja existia nas funçoes que você mesmo discriminou; o que nao existia era o nome explicito para a radio e televisao, ja que jornalista era naquela altura o da imprensa.
Mas ja agora você nao me respondeu sobre a profissao que existia naquela altura para a Radio e que era como eu disse Reporter. Existia sim, mesmo na Radio Barlavento. Alias desde os primordios da radio em Cabo Verde, sempre existiu essas funçoes em todas as radios, que nao eram nada de "amadores" como dizes, mas sim comerciais com um pendor recreativo que eram os Grémios e Clubes de socios.
Estou a ver que o Fonseca quer dar a sua contrribuiçao para a Historia da Radio, o que tem de ser reconhecido e louvado, mas tem muitas lacunas pois como ja disse nao sabe trabalhar com conceitos para sublinhar as importancias dos aspectos e factos. O reporter era uma funçao nobre, nos relatos de futebol, nas transmissoes de Karakoes bem descritas por Figueira e mais nao era que sinonimo de jornalismo de radio.
Estou a ver que Fonseca nunca foi reporter como alguns dos seus colegas que tinham esse titulo de locutor e reporter, logo jornalistas. Alias lembro-me perfeitamente de piadas que se ouvia nos cafés a proposito deste ou daquele que trabalhava na radio e de quem se dizia!"la vem o reporter"!...
Como é evidente o texto, com algumas gralhas de teclado porque eu escrevo à velocidade da luz, é meu!
ResponderEliminarAl Binda
Meu caro Binda, eu até que consigo descortinar, nos seus escritos, uma intenção irreverente de provocar polémica e de apelar, mesmo que de forma arrogante e insultuosa, à discussão de ideias, conceitos e factos. O que seria salutar, se se despisse dessa mania de tentar inferiorizar os outros e, em contraponto, colocar a sua própria pessoas acima do comum dos mortais. Repare na arrogância com que refere a “sessão de porrada” que alega ter dado ao Fonseca Soares, mesmo sabendo que, se os dois tiveram um quid pro quo no blog dele, não lhe cabe a si decretar que foi o vencedor por KO, como afirma com todas as letras. Outra coisa, pode ser que o assalte a tentação de dizer que estou a tomar as dores do Fonseca Soares e de questionar-se sobre que tipo de relação temos, eu e ele. Mas não vá por esse caminho porque não me move nenhuma motivação especial. O “Tchá” é apenas um profissional que eu prezo e que considero merecedor de respeito, assim como há outros, nesta e noutras áreas, pelo que podia ser uma pessoa qualquer. Sou novo nestas coisas de comentar o que sai online e apeteceu-me interagir com os leitores deste blog, porque este é um tema de que gosto. Quanto a si, se quiser uma sugestão, e não um conselho porque não me sinto capacitado para os dar a ninguém, expurgue do que escreve o insulto e a arrogância e verá que a sua contribuição, sem aspas, para este blog, será mesmo valiosa.
ResponderEliminarUm abraço, ainda assim, respeitoso, do
Ba
Oh Ba, eu nao sou um "comum mortal"! Caramba, ainda nao percebeste ou tenho que te fazer um desenho?
ResponderEliminarLimita-te a fazer o teu juizo, emite as tuas opinioes e nao te poes a dar conselhos ou la o que quiseres, porque nao sou precisamente um "comum mortal".
Ou se quiseres dar os seus conselhos arranja um comum mortal igual a ti.
Eu sou-te superior, ou entao tens que mostrar trabalho de casa que ainda nao vi! Tu, reconheces que eu sei umas coisas que ficariam em destaque se eu perdesse esses outros atributos de que nao gostas em mim!
Eu pelo contrario nao te reconheço coisa nenhuma, porque apenas tentas refilar-te comigo e é tudo. Escreve pois com substância e tenta aproximar-me de ti; mas fica sabendo que eu sou muito exigente.
Nao, nao ha nada contra o Fonseca Soares; apenas sou muito exigente e nao gosto de ligeirezas em pessoas que têm capacidade e engenho como o Fonseca para nao estarem a fazer fretes do género.
Ja viste que eu até faço elogios ao homem? Alias, ele sabe; mas eu sou assim, gosto de castigar aqueles que me dizem alguma coisa; tu ainda nao, porque ainda es um "comum mortal"
Aqui é para gente mais graúda; gosto de estar nos píncaros com super-homens da minha estirpe. Decididamente nao percebes rigorosamente nada!
Entao, Carlos, dono do blogue, sao estes os teus amigos? Caramaba! Quero gente da pesada para vôos mais altos, porque o meu espírito é eterno e o meu corpo térreo e finito!...
Al Binda
Al Binda, só mais esta curta reacção, para fechar. Pois se me conheces, como o reiteras, não faz meu estilo estar a 'discutir/elogiar o meu ego' com divagações sobre mim... se tenho atributos ou não. O meu objectivo era tão sómente falar do que senti e vivi, a leitura que faço da àrea a que dei a minha vida. A minha leitura. Não a do João, Manuel... e muito menos a do 'catedrático' Al Binda. Permita-me só mais esta: precisa trabalhar a disciplina 'análise de conteúdo'... pois deixa transparecer muitas lacunas... mesmo aos olhos de um 'comum mortal' como eu.
ResponderEliminarFS
Nao, Fonseca, você estáa sonhar! Eu nunca "reinterei" coisissima nenhuma que o "conheço". Ja disse varias vezes que ha aqui uma confusao na cabeça de muita gente como você. E' que eu nao estou aqui a criticar a pessoa de Fonseca, mas sim o trabalho que faz e que é posto no mercado, portanto passa a ser publico e qualquer um tem esse deireito constitucional de o criticar.
ResponderEliminarOutra confusao, é que nao se tem de "conhecer" a pessoa para a criticar. Isto é tipico de "meios pequenos" como diz o escritor dos Flagelados do vento leste, onde toda a gente está convencida que conhece toda a gente e que a gente tem de saber o nome das pessoas e conhecer mesmo as pessoas.
Exactamente, Fonseca, você diz e bem, é a sua "leitura" que deu da sua profissao. E' o seu direito. Mas nada me impede de criticar essa leitura. Ja nao estamos em ditadura, meu caro! E alias, nao é porque critico a sua "leitura", que a minha passa a ser verdade absoluta.
So que pela sua reacçao tipica de pessoas que nao sabem viver com o contraditorio, fico a "conhecer" ainda mais a pessoa. E reparou que pus entre aspas conhecer. E isto para nao haver duvidas.Nao esteja com medo homem, que nao estou aqui para pôr na via publica a sua vida privada, que nao me interessa para nada.
Agora que você é um homem publico e que o seu trabalho tem de ser criticado, ha-de me desculpar mas é mesmo assim em democracia e liberdad. Infelizmente estou a ver que desconhece os fundamentos da democracia e da liberdade.
Enfim, o Fonseca diz-me para ir aprender melhor a "analise de conteudo" porque tenho lacunas; mas oh homem quem nao tem lacunas? Todos temos e você ainda mais do que eu. Sabe porquê? Porque aqui nem era "analise de conteudo" sociologicamente falando, nem analise de discurso. Ainda nao tinhamos chegado la! Ainda estamos tao somente na simples interpretaçao de texto de escola primaria e ciclo preparatorio.
Sim, Fonseca, a simples interpretaçao e regras de gramatica de base. A construçao de periodos e de paragrafos.
Fonseca parece ter esquecido a regra da feitura de paragrafos. Fonseca nao sabe expor no papel as ideias que ele vai pensando na cabeça expondo-as de maneira atabalhoada, esquecendo que ha regras gramaticais para as expor.
Fonseca nao sabe que quando se termina a ideia iniciada num paragrafo, ela nao fica esgotada, mas que ha uma sequência de pensamento, de grafia e logica. Portanto, se Fonseca escreveu um paragrafo no qual terminou dizendo que " A Radio Barlavento tinha sido transformada em Radio Voz de S.Vicente" e salta para outro paragrafo atacando uma outra frase que vem na continuidade do anterior paragrafo, ha como é evidente regras a respeitar.
Isto quer dizer que no segundo paragrafo, onde Fonseca diz que "entao se começa aquilo que pode ser considerado com os anos de ouro da Radio, implicitamente e na logica do discurso, ele está pois a colar este ultimo raciocinio com a tese expendida no final do paragrafo anterior.
Resumindo, o que Fonseca nao sabe é que o que ele escreveu nos dois paragrafos é que "a radio barlavento foi transformada em radio voz de s vicente e com isso começaram os anos de ouro". Percebeu o Fonseca Soares? Isto é de instruçao primaria e nao de sociologia e nem da dialéctiva e nem mesmo das bases da filosofia de tese, antítese de síntese ou tao pouco das proposiçoes maiores e proposiçoes menores.
Estou a ver que quem aqui nao serve para comentarista ou editorialista, até porque essas funçoes exigem conhecimentos especiais para além do jornalismo, é o senhor Fonseca Soares.
Al Binda
Logo no incio como é evidente é "reitero" é que eu quis escrever; mas bom as gralhas ficam de lado, pois o que interessa é a ideia.
ResponderEliminarE precisamente, para dizer a completar que percebo que o Fonseca nao saiba construir paragrafos. E' que ele é homem de radio, homem de discurso falado. As regras nao sao as mesmas quando se fala e se escreve.
Mas Fonseca esqueceu que quando se começa uma ideia num texto, e que depois se passa para outra ideia, se se tiver que regressar à primeira ideia, ha ainda uma regra. A regra é que a pessoa tem de iniciar o outro paragrafo assim: mas regressando a aquilo que eu tinha dito mais acima; ou ainda sobre o que eu estava a dizer, é de referir, etc e tal.
Portanto, quebrar a sequência entre os dois paragrafos para precisamente nao haver a leitura que eu fiz.
Al Binda
Nao é por nada Fonseca mas os rapazes do Liberal assimilam como eu um jornalista a um locutor e a um apresentador; sao todos jornalistas. Aqui está o que escrevem:
ResponderEliminarEste ano a competição recebeu participações de 836 jornalistas de 38 países espalhados pelo continente... Do mundo português destacam-se Ernesto Bartolomeu, locutor da Televisão Pública....
(...) onde estarão como anfitriões Isha Sesay, apresentadora do programa semanal na CNN(...)
Al Binda
Por favor, sr. Binda, agradecia que relesse o texto que reponho em copy/paste, e me dissesse na sequência onde digo que com a independência se entrou nos anos de ouro da rádio...
ResponderEliminar"No que à Informação diz respeito, tirando o facto de notícias locais serem quase que inexistentes (e só em momentos especiais merecerem honras de notícia – para mais, escritas fora da estação!), o mesmo se poderá avançar em relação à forma como, todos os dias, e em todos os jornais (das treze e das vinte) se apresentavam notícias nacionais (Portugal) e do Mundo, à luz do controlo e da censura na escolha dos ‘papeis e estórias’ apresentados nos mesmos, de acordo com a conjuntura da época.
E as ‘notícias’ chegavam através da recepção via morse dos textos e alinhamentos enviados da capital portuguesa, recebidos e descodificados pelo saudoso Francisco Tavares d’Almeida (Chico Escuta) … e lidos depois pelos locutores da Rádio Barlavento. Na sequência da tomada da Rádio Barlavento e consequente instituição da Rádio Voz de S.Vicente, aconteceu uma mini-revolução em termos de informação e programação – estes agora virados para a terra e pelo nosso continente.
Focalizando agora os ouvintes dessa estação emissora, pode-se dizer que a audiência tinha como único limite o custo dos receptores de rádio que eram rádios a válvula, raros e caros… nem todos podiam dispôr em suas casas… pelo que muita gente escutava a rádio à janela de vizinhos ou em lugares públicos - de que se destaca a ‘corneta’ da Praça Nova - no Mindelo. Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde. Todos se interessavam ou estavam mesmo ‘enfeitiçados’ pela caixinha que falava e tocava.
Desnecessário será então referir do profissionalismo, organização, seriedade dessa estação emissora – não obstante ser uma rádio amadora – com gente a trabalhar em regime de ‘part-time’".
Quanto a críticas... esteja à vontade! Só não ponha na minha boca o que não disse. Obrigado
Tenho em muito apreço o trabalho feito por Txá, mas acho que Al Binda levantou uma questão pertinente, pelo para se sair desse tira teimas, Txá devia ser mais claro e dizer-nos então a data exacta desses anos de outro da Rádio. Assim não se entra em leituras de um ou de outro.
ResponderEliminarAnónimo com iniciais CB
Caro Fonseca Soares,
ResponderEliminarVamos la ver se nós nos entendemos duma vez por todas porque tenho que me afastar por uns tempos. Como escrevi no anterior post estávamos ao nivel de interpretaçao e nao de analise de texto.
Estou a ver que nao consegui convencê-lo e é por isso que você volta à carga. Nao ha crise, façamos entao uma pequena interpretaçao com base naquilo que você escreveu e cito-o apenas na parte em celeuma:
(...) Na sequência da tomada da Rádio Barlavento e consequente instituição da Rádio Voz de S.Vicente, aconteceu uma mini-revolução em termos de informação e programação(....). "Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde."
Feita agora a citaçao, vamos interpreta-la e como eu disse é de instruçao primeira, nivel terceira classe dos anos 60, que é a minha geraçao.
E' claro o primeiro período, nao? Mas mesmo assim, interpertemos e estamos entao na altura da "tomada da Rádio Barlavento e consequente instituição da Rádio Voz de S.Vicente".
Interpretando, isto quer dizer naquilo que eu chamei desde o primeiro momento, como sendo a "independência" de Cabo Verde. Ou estou errado? Claro que nao estou, pois a Radio Barlavento foi tomada e transformada ja depois de 1975, quer dizer ja em independência; Ou nao?!
Claro que sim, e é o seu colega Joao Nascimento, que aqui mesmo neste espaço mais abaixo faz um pequeno historial sobre a tomada da Radio Barvalento e consequente instituiçao da RVS.
Concluindo, e ja estamos nos egundo período da sua citaçao que também é de facil interpretaçao, mas que mesmo assim volto a fazer:
"Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’; ora bem essa altura é a tal data da tomada da Radio Barvalento e consequente transoformaçao na RVS, logo independência; altura pois que se pode chamar de "anos de ouro" da rádio em Cabo Verde, como escreve preto no branco.
Claro como agua; mas eu sei, Fonseca está à procura duma saída airosa. So que a interpretaçao que fiz, chamando essa tal "altura", como sendo da independência, é correcta.
Alias, ja reparei que ha aqui um anonimo que lhe pede a data dessa altura dos anos de oiro. Que data é essa Fonseca Soares. Se for outra, é porque você é que escreveu mal a sua frase, e claro nao sou culpado pelo seu erro.
Desculpe la mas você nao sabe defender a sua profissao, que você chama de "classe", como um bom marxista do regime de partido unico.
Al Binda
Para descargo de consciência eu fui reconfiramr a data da tomada da Radio Barlavento e consequente insituiçao da Radio Voz de S.Vicente e a data é 9 de dezembro de 1974.
ResponderEliminarLogo, "Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde".
Conclusao: é "altura" de "anos de outro", quer dizr a partir de 1974 em frente. E como toda a gente sabe a independência de Cabo Verde foi em Julho de 1975.
Você escreve Fonseca oares "anos" no plural, quer dizer 1974, 1975.... que interpretei cvomo sendo periodo de "independência". De Dezembro até Julho sao 7 meses Fonseca SOARES.
E você escreve "anos"!!!
Al Binda
A interpretação que dá é, no mínimo forçada, meu caro. Liga dois momentos diferentes da minha resposta ao Kriolradio: uma onde estou a falar dos meus primeiros anos de rádio (de 1971 aos primeiros tempos da independência) em que falo do que era para mim essa rádio, como funcionava, o que me marcou... o outro momento, era já a responder a um outro item da pergunta. Por isso inicio um novo parágrafo onde começo por dizer 'Focalisando agora os ouvintes dessa Estação Emissora (a Rádio Barlavento de que falava) pode-se dizer que a audiência tinha como único limite o custo dos receptores de rádio que eram rádios a válvula, raros e caros… nem todos podiam dispôr em suas casas… pelo que muita gente escutava a rádio à janela de vizinhos ou em lugares públicos - de que se destaca a ‘corneta’ da Praça Nova - no Mindelo. E é aqui que entra a minha apreciação sobre o que acho terem sido os anos de ouro... Estava-se já na altura no que se pode chamar de ‘anos de ouro’ da rádio em Cabo Verde. Todos se interessavam ou estavam mesmo ‘enfeitiçados’ pela caixinha que falava e tocava'. Como se pode ver, começando nesses anos da Rádio Barlavento e de outras rádios como a Rádio Clube do Mindelo ou a Rádio Clube de Cabo Verde. Era uma grande 'novidade' na altura. As pessoas estavam 'apaixonadas' pela rádio. Um pouco como acontece hoje em relação à televisão. E já respondendo ao anónimo que pede precisão de datas, diria que datas não se pode. Teria começado nos anos 50/60 e até por volta dos anos 90 (na minha opinião). Só lamento que se tenha desviado o possível debate para 'ninharias'...
ResponderEliminarAbraço
Estou satisfeito com a resposta de Txá de que os anos de ouro são anos 50/60 e até anos 90. Não sei se os que entraram depois de 1990 vão estar satisfeitos mas é a vida. Para mim o assunto está encerrado porque não quero debater ninharias como diz Txá. Mas então era o Al Binda que tinha razão.
ResponderEliminarAnónimo com iniciais CB
Eu nao vos disse que Fonseca Soares buscava uma saída airosa? Mas que figura este homem da radio está a fazer? Nao seria mais humilde da sua parte que ele dissesse simplesmente que afinal construiu mal a sua frase?
ResponderEliminarMas nao, o homem enterra-se ainda mais e do seu conselho para eu ir tomar liçoes de analise de conteudo, ele agora passou para uma "interpretaçao forçada" que eu teria feito da sua historia da radio de CV.
So que Fonseca Soares está a morrer afogado mas mesmo assim continua a dizer que sabe nadar. Ele nao se dá conta que se eu pegar nesta sua frase que cito ja, ele é apnahado a mentir com todos os dentes que ja nao tem na boca:
(...)"pelo que muita gente escutava a rádio à janela de vizinhos ou em lugares públicos - de que se destaca a ‘corneta’ da Praça Nova - no Mindelo."
Ora bem, Fonseca Soares escreveu o seu ultimo post esquecendo-se desta pequena frase que o coloca em contradiçao. Vejamos entao e é a ultima interpretaçao que faço à sua critica porque como eu disse tenho que viajar, dizia pois que Fonseca escreveu no ultimo post que os anos de oiro da Radio em CV, sao os de 50/60...
Ora bem, Fonseca Soares, nasceu em 1957, logo em 1967 ele tinha 10 anos e mesmo esticando a corda dos anos 60 até 1970, ele tinha 13 anos. Isto para dizer que com 13 anos, Fonseca Soares, estaria em Sintanton onde nasceu ou no maximo no ciclo preparatorio em Soncente, mas nao convence ninguém, que ele naquela altura, sabia ja de que os ouvintes iam ouvir as emissoes de radio na "corneta" da Praça.
Isto para dizer que a sua frasezita que eu citei mais acima escrita como se ele estivesse presente também entre essa gente, quase que ia dizendo fazendo uma reportagem do pé da corneta, é IMPOSSIVEL. Fonseca era criança para poder escrever esta frase que volto a citar:
"pelo que muita gente escutava a rádio à janela de vizinhos ou em lugares públicos - de que se destaca a ‘corneta’ da Praça Nova - no Mindelo."
Mas continuemos, ele poderia reportar esta frase, ouvida dos mais velhos, mas entao, é mais um erro de escrita dele, porque neste caso, ele teria que citar o autor, ou escrever a frase mais ou menos assim: "os mais velhos contam que naquela altura, as pessoam se amontoavam ao pé da corneta.. etc e tal".
Como vêem Fonseca Soares nao sabe defender-se com argumentos bem arquitectados e como eu disse ele é nao sabe também falar da sua profissao em termos historicos.
Enfim, mas vocês repararam que Fonseca Soares, esticou tanta a corda que ele começou por dizer que esses anos de ouro tiveram o seu inicio em 50/60, mas até anos 90. Quer dizer os anos da liberdade e da abertura iniciada em 1991 até 1999.
Mas entao, onde está a contradiçao com a interpretaçao que eu fiz de que esses anos no seu dizer tinham sido depois da "independência", sabendo que a independencia foi em 1975?
Ou será que Fonseca quer dizer que os anos de ouro foram 50/60 e que depois de 1970 até 1989, quer dizer os anos da independência de regime marxista leninista, foram anos da rolha e da propaganda politica, logo maus anos?
Mas onde entra entao Fonseca Soares, que quis fazer-nos a sua "leitura" da historia da radio? Ele nao fez parte dos anos de oiro? Ou fez depois do interregno da independência, quer dizer ja nos anos 90, que ele diz serem também anos de oiro?
Deixo-vos tirar as vossas ilacçoes e conclusoes!
Al Binda
Lamentavelmente o que é conhecido por todos como Tchá não soube dialogar com ALBinda, que é forte demais. Tchá, está a criar malabarismos, escrevendo desta vez que a Rádio a que se refere é a Barlavento, que não está escrita na frase que ele escolheu para citar, tendo sido acrescentada a palavra à posteriori; mas na frase inicial a Rádio escrita é a Voz de S.VICENTE, que termina o parágrafo. AlBINDA, viu bem. Deve-se aproveitar os conhecimentos desse indivíduo que sabe escrever sobre tudo, em vez de se estar a guerrear com ele sempre que ele aparece no forum.
ResponderEliminarManipulação descarada e desvios para atingir um fim... (hahaha) Não tenho tempo nem feitio para esses 'exercícios'. Como já lhe tinha dito antes, 'fique com a bicicleta' e 'viaje o quanto quizer'... que eu não vou atrelado. Abraço
ResponderEliminarIsto Fika bem quente! E um nuticiarista Tcha é um jornalista. Desse vez Tcha encontrou um osso dure de oer.
ResponderEliminarSerafim
Essa entervista é uma grande Tchachada; sô tem coisas de passado parecende que o seu dono quer relembrar os tempos de colono porque toda a gente sabe que Sr Telmo era um colonialista.
ResponderEliminarTcha-chachada queria fazer um auto-elogio do seu tempo de ouro, para dizer que os jovens têm de tomar estaje de voz e falar bem o português colonialista. Felizmente que aparecê esse grande homi que ê Al Binda para nos alertar que afinal o Tcha-chachada, nem sabe escrever um texte comprensive; final ele tambêm tem mutus laquna e tem de fazer estaje tambêm. Futur pertenci a jovens, fora com os velhos.
Pena é que jornalistas e homens de rádio que deveriam estar a ajudar para o esclarecimento deste debate enterrem a cabeça na areia; eu li tudo e devo dizer que quer Txá Fonseca que Al Binda têm razão nesta disputa, mas AL Binda tem mais razão. Porquê?Porque Txá não respeita a cronologia da narração logica, saltando de assunto sem data para outro sem data, voltando ao começo bruscamente sem respeitar as regras de como contar uma história.Talvez seja a razão pela leitura que Al Binda fez sem ver que Txá Fonseca havia mudado de assunto quando a lógica sequencial pedia outra coisa. O homem de rádio tem um raciocinio caloquial de narração, passando de a para b sem respeitar a cronologia falando dizendo preto sem jsutificar, sem avançar a prova do facto. O exemplo disso é quando o autor da entrevista afirma que na altura da Barlavento não havia uma classe de jornalistas, mas ao mesmo tempo vai dizendo que as notícias eram feitas fora do meu organismo; ora aqui temos uma contradição, pois se não havia jornalistas como é que se fazia notícias, mesmo que fora dessa estrutura? Al Binda realça que havia nessa altura repórter, ao que o autor não respondeu; agora sou eu que pergunto mas não havia o jornal Arquipélago na altura?Então as pessoas que o faziam não eram jornalistas? A confusão de Txá Fonseca Soares é que ele raciocina como operador de som primeiro, dessa altura, e depois como homem de rádio, que estudou produção e não jornalismo, logo ele não é jornalista, e porque não é, outros não são. O que é uma incongruência notada no seu discurso fragmentado, sem um fio condutor, sem uma cronologia, sendo obrigado a falar em datas, porque Al Binda o questiona sobre tal. Senão limita-se a falar de cor o que é caracteristico do caboverdiano quando conta a sua história que toma como verdade absoluta sem avançar provas do que diz;ora isso não é história, mas estória. O autor tem de ser mais rigoroso, avançando factos distribuidos no tempo e com nomes que marcaram épocas sejam de ouro ou não, caso contrário não se está a fazer História. Quanto a Al Binda, não descortinou a passagem do autor que estava a narrar mas interrompeu e o conto voltou atras sem uma lógica e numa sentença mal construída; aaL
ResponderEliminarAntão Lima, historiador
Meus caros,
ResponderEliminarAntes de mais, saudações aos anónimos mil que estão no seu direito de criticar, de discordar, de questionar…
Mas é preciso não esquecer que estão a falar de uma entrevista. O dito historiador Antão Lima devia entender isso mais do que ninguém, ao invés de se meter por considerações fora de contexto. Perguntas e respostas de acordo com a vivência do entrevistado. Nunca foi pretensão escrever História. Tão sómente uma entrevista. Inclusive com perguntas que incluíam vários itens, de que destaco essa onde se pedia informações sobre como era a Rádio Barlavento na altura da minha entrada (entre outras coisas), culminando com o pedido de impressões/informações sobre os ouvintes… Terminada a resposta sobre a RB, ponto final, na outra linha: ‘Quanto aos ouvintes…’ e o desenvolvimento de outro item. Coisa mais normal. O que eu acho é que se deve procurar entender, saber do que se fala, antes de se armar em crítico sem bases para tal.
Quanto à não existência de uma classe de jornalistas na Rádio Barlavento, reitero totalmente o que disse. Não existia uma classe de jornalistas nessa estação, na altura. O facto de chegarem notícias (em morse) da capital do império (ou da metrópole, como se dizia na altura) não implica a existência de jornalistas nessa Rádio. E, é claro que digo isso, sabendo de tudo o que Al Binda e outros Bindes por aqui trouxeram. E que não havia repórter nenhum! O jornal Arquipélago não era para aqui chamado. E aí eram escritores e outros escribas a fazerem as vezes de jornalistas. Gente que, nas suas horas de lazer, dava o seu saber e esforço, pelas coisas das ilhas queridas… Mais à base de crónicas, opiniões, pura literatura… o que é bem diferente.
Para sua informação, estudei produção radiofónica na especialidade engenharia de som e mais tarde, estudei jornalismo no ramo rádio. Fiz dois cursos distintos, na mesma Escola francesa – por sinal a mais importante e mais cara da área Comunicação Audiovisual - com cinco anos de trabalho na terra, pelo meio. Conseguidos em concurso – no primeiro caso - e com aprovação nos exames de equivalência – da INA - para poder ter direito a seguir o segundo curso. Oportunidades possíveis para mim, por ter sido à custa de bolsas disponibilizadas ao Estado de Cabo Verde, pela República Francesa. Mais acrescento que fui convencido pelo então director da Rádio Voz de S.Vicente a concorrer para o Som (não obstante a vocação e vontade expressas de fazer Jornalismo) porque era do interesse da Estação e de Cabo Verde. Nos já referidos cinco anos entre um curso e o outro, montei as bases de uma secção técnica de som na estação, com a formação em exercício de todos os técnicos. Já nessa altura fui chamado a exercer funções também de chefe de informação e programas. Digo isso para salientar o constante espírito de missão que me acompanhou a vida inteira ao serviço da Rádio em Cabo Verde. Porque tinha essa dívida para com o meu país que me proporcionou a oportunidade de Formação. E à conta disso, recusei proposta francesa de me manter a trabalhar naquele país. Estou a referir ‘essas coisas’ por causa da dôr que senti ao ler anónimos a falar do que não sabem… a criticar malevolamente, e sem motivos ou justificações. A deturpar estupidamente coisas de que ou desconhecem ou ‘apanharam pela rama’.
Ao ‘historiador’, ao ‘Al Binda’ e a esses outros ‘Bindes’ acrescento da minha vontade de falar da nossa rádio, olhos nos olhos, com inter-acção, com respeito mútuo, com toda a abertura para críticas…
Viva a Rádio de Cabo Verde! Que bem merece, pelo papel que sempre teve nestas Ilhas... e que continua a ser o melhorzinho das nossas Com Soc's.
Temos aqui um problema grave cuja solução se calhar passa pela oficialização urgente do crioulo, porque o dito homem de rádio não convive bem com a lingua portuguesa. O nosso dito homem de rádio não percebeu que eu lhe dei razão, mas uma razão menos real do que a de Al Binda. Mesmo dando razão em parte ao dito homem de rádio, ele não ficou satisfeito e resolveu ser incorrecto sem dizer que não respeita o passado histórico daqueles que fizeram jornalismo em CVerde, seja Colónia, como ele escreve, e depois esquece, seja país independente. O dito homem de rádio escreveu esta frase "Na altura ainda não havia a classe de jornalistas na colónia," que quer agora corrigir dizendo que estava a referir-se a apenas Rádio Barlavento. Este dito homem da rádio não tem memória do que escreve e depois manipula a verdade e a História. Uma história que o dito cujo tem de estudar urgentemente para poder aprender que um entrevista é também um documento, que pode ser estudado como dado histórico, e no caso o dito homem da rádio, esqueceu-se que Carlos Santos, introduz mesmo a entrevista começando por lhe pedir para que ele nos ajude a contar a História da rádio em CV. Portanto, o dito cujo devia saber que estava a dar o seu testemunho no quadro da escrita da história da rádio em CV; mas não sabe; como pode ele trabalhar com documentos históricos se ele não sabe que uma entrevista, mesmo esta, pode ser História? Esse homem dito da rádio não conhece por exempllo entrevistas que fizeram História? Mas como referi acima ele tem também problema com os factos, o que é grave para um homem que se diz ser jornalista. Volta a dizer que Barlavento não produzia notícias porque vinham de fora esquecendo-se que escreveu também que Barlavento recebia notícias locais elaboradas fora da rádio, mas que pagava, logo produzia; as pessoas que as faziam eram jornalistas, pois é jornalista aquele que fabrica notícias, locais, nacionais ou estrangeiras. Mas o dito homem de rádio, faz desdém do trabalho dessas pessoas quando escreve que não passavam de "escribas" que tentavam passar-se por jornalistas. Que ofensa à memória de grandes homens da Imprensa e da Rádio, que criaram essas artes em CV! O nosso dito homem não lei Nobre Oliveira e a História da Imprensa em CV; ele não sabe que Eugénio Tavares e Pedro Cardoso, que eram escritores eram também jornalistas; ou ele quer dizer que Eugénio Tavares não era jornalista, mas um "escrita", a tentar passar-se por jornalista? O dito homem da rádio, parece ser um grande ignorante, que fica epidérmico com critica honesta e bem fundamentada. Ignorante, pois não sabe que qualquer homem caboverdiano está coberto pela constituição no seu direito de criticar que é um direito fundamental constitucional; qualquer pode criticar, somente fazendo juizos de valor, essa criticar pode ser boa ou má ou outra coisa, mas dizer que fulando de tal não está habilitado a fazer criticas, é estar a pedir a censura. Estou deveras desiludido com este dito homem de rádio que se comportou aqui como um ignorante e um malcriado contra aqueles que fizeram a imprensa e a rádio em CV e que para ele não eram jornalistas porque tal não existia na "colónia" ou porque não passavam de "escribas"; que falta de respeito! Que incultura! Para esse dito homem de rádio Baltazar Lopes e seus colegas que fizeram a revista Claridade, não podiam ser vistos como jornalistas culturais, porque não passavam de poetas e escritores. Em termos de cultura e de história o nosso dito homem de rádio merece um chumbo!
ResponderEliminarAntão Lima, historiador
Parece que não me fiz entender... outra vez. Pela interpretação que faz Antão Lima, sou obrigado a depreender isso. Contextualizar os assuntos, relativisar as ideias e opiniões, parece-me ser esse o problema. É claro que sei que uma entrevista pode ser referenciada como documento histórico... mas recentrando: se se lembra a afirmação era sobre a não existência de uma classe jornalística em Cabo Verde. E nunca disse que 'tentavam passar-se por jornalistas', mas sim 'eram escritores e outros escribas a fazerem as vezes de jornalistas'... o que é bem diferente. Chama-me de epidérmico e alguém que não 'encaixa' críticas... por amor de Deus, releia o seu comentário e veja quem é 'epidérmico e anti-críticas'. De resto, estou totalmente de acordo consigo. Por favor releia sem preconceitos o que escrevi...
ResponderEliminarAbraço
Lamento profundamente que Tchá vem trazer aqui os seus concursos e as escolas onde frequentou cursos como se fossemos iletrados; ele procura impressionar e não diz que colegas seus que frequentaram a INA não passaram concursos, pelo que tal não é importante. Tchá não meteu no seu curriclum que era um elemento mau da Rádio pois passava a dormir, faltava frequentemente o trabalho com o director a mandar buscar o grande jornalista na cama. Portanto tudo é relativo e gabar que pertence ao institutto tal não significa nada, se não fez grande cosia para mehorar esta Rádio que agora critica vexando colegas mais novos. Eles têm que saber pois que TChá era um preguiçoso que passava a vida a dormir e não ia trabalhar; confirmar tudo junto de colegas como SANTOS NASCIMENTO, esse sim que passava 20 horas seguidos dentro da discoteca.
ResponderEliminarNão acredito que estou a ler uma coisa dessas. Que grande mentira. Que grande injustiça. O anónimo que agora aparece, incorre num equívoco qualquer. Eu nunca fui preguiçoso e muito menos dorminhoco. E nem estive aqui a criticar a Rádio, e muito menos a vexar colegas mais novos. Tudo isso é uma grande inverdade e injustiça...
ResponderEliminarOs colegas todos, e amigos de uma vida em comum na Rádio (mais velhos e mais novos... de S.Vicente, do Sal e da Praia) sabem disso. E mais não digo para não ser - outra vez - distorcido... ponto final.
Acorri-me logo aqui mal um amigo me informou do que se passava aqui; o debate poderia ser interessante mas tudo descambou por causa da radicalidade de uns e outros; peço ao amigo Txà para não entrar nesta guerrilha e com isto não sei quem tem razão; mas ninguém ganha e é uma instituição que merece que fica enxovalhada.Para quê Tcà?
ResponderEliminarBMonteiro