domingo, maio 16, 2010

RÁDIO E CIDADANIA


A Direcção da Rádio de Cabo Verde entende que a proposta de serviço público não é só com público, mas a partir do público e com o público, ou seja, uma rádio da e para a cidadania. Isso suscita, obviamente, interrogações e dificuldades, sendo que a mais óbvia refere-se à sua operacionalização e viabilidade.


Do nosso ponto de vista, a participação dos cidadãos no serviço público de rádio (e também da televisão) comporta uma dupla vertente: a primeira, de natureza substantiva, refere-se aos conteúdos das programações e da grelha, envolvendo os aspectos da criação, produção, realização e recepção; a segunda, de ordem metodológica, diz respeito à co-responsabilização, interacção, aconselhamento e avaliação, processos nos quais se possam envolver, não apenas os responsáveis do operador de radiodifusão, mas novos actores, grupos e instituições sociais.

O pressuposto subjacente a esta segunda vertente é o de que a qualidade de um serviço público se afirma não apenas pelos conteúdos que difunde mas igualmente pelos processos de participação sociocultural que promove e valoriza.


Cientes de que o escrutínio a que estão sujeitos os órgãos de comunicação social responsáveis pela prestação de um serviço público não se esgota na audição passiva, e nem a participação do cidadão se restringe aos mecanismos tradicionais, quais sejam o correio electrónico, o correio normal, o telefone, o fax e a carta ao director, a Direcção da RCV promove no dia 4 de Junho, das 08:30 às 12:30, no auditório da RTC, um encontro de reflexão que tem como principal objectivo conhecer a avaliação que várias instituições e parceiros sociais fazem do serviço público da RCV, bem como colher propostas e formatos que possam concorrer para a melhoria da qualidade e diversidade dos conteúdos.