sexta-feira, junho 19, 2009

RCM volta ao convívio dos ouvintes

A Rádio Comunitária para o Desenvolvimento da Mulher regressa ao convívio dos paulenses na próxima segunda-feira.

A decisão saiu de uma reunião realizada ontem entre os animadores da RCM e os responsáveis da associação AMI PAUL, entidade gestora da estação comunitária.

Durante o encontro foi discutida a necessidade de a RCM continuar a fidelizar os ouvintes e avaliado o contributo da rádio comunitária para a informação e formação da população do concelho do Paul.

Em relação à reivindicação dos animadores quanto à assinatura de um contrato de trabalho e o pagamento de compensação no valor de 6 mil escudos, a AMI PAUL esclarece que, embora, de momento, não esteja em condições de assumir tal compromisso, a solução passa pelo estabelecimento de contratos-programa com algumas instituições no sentido de garantir a sustentabilidade financeira da RCM.

Assim, a partir da próxima segunda-feira, as emissões da Rádio Comunitária para o Desenvolvimento da Mulher estarão de novo no ar. Os ouvintes agradecem.

KRIOL RÁDIO

AUDIOMETRIA

O II Estudo de Audiometria dos órgãos de Comunicação Social encomendado à empresa Afrosondagem já está concluído e os resultados deverão ser apresentados oportunamente.

O estudo foi solicitado pela Direcção Geral da Comunicação Social que está animada com os resultados produzidos, sem no entanto destapar o véu.

Em conversa com a Inforpress o director-geral da Comunicação Social, Eugénio Martins, anunciou que os resultados do estudo já foram aprovados e estão a ser socializados, internamente, com os responsáveis da tutela.

Para a Direcção-geral da Comunicação Social, o II Estudo de Audiometria tem um carácter bivalente. Pode ser aproveitado também por outras empresas que não são da área de Comunicação Social.

“No primeiro estudo que fizemos, tivemos muita solicitação por parte das empresas. Este novo estudo serve de guia às empresas ajudando-as na publicitação dos seus produtos”, adiantou.

O estudo é uma continuidade do projecto iniciado em 2007 e teve como principal objectivo, medir a audiometria dos principais órgãos de Comunicação Social do país, nomeadamente, imprensa, rádios, televisões e jornais on-line públicos e privados.

Além deste propósito, a análise foi efectuada no intuito de conhecer o grau de satisfação dos cidadãos em relação aos serviços prestados, bem como os hábitos de leitura, avaliar a qualidade dos jornalistas e dos apresentadores, ao mesmo tempo que procura aproveitar a contribuição dos cidadãos nacionais para a melhoria da prestação de serviços dos órgãos nacionais.

“Este segundo estudo, para além de retratar factores analisados anteriormente, é feito num quadro comparativo em relação ao estudo realizado em 2007, de tal forma que os órgãos da Comunicação Social terão um instrumento indicativo da melhoria ou não dos seus produtos de 2007 a esta parte”, disse Eugénio Veiga, sem adiantar os resultados concretos do estudo.

O estudo foi feito com base em inquérito e teve abrangência nacional, tendo sido privilegiadas as ilhas com maiores aglomerações populacionais, nomeadamente, São Vicente, Sal, Santiago e Fogo.

A amostra, aleatória e estratificada, do inquérito considerou como principais variáveis a faixa etária, o nível da escolaridade e a localização geográfica dos indivíduos.

A apresentação pública dos resultados do estudo deverá acontecer dentro de pouco tempo, segundo Eugénio Martins que, em jeito de antecipação, confessou à Inforpress que estes satisfazem à Direcção-geral de Comunicação Social.

In:Inforpress

quinta-feira, junho 18, 2009

Grelha de Verão



Programação de Verão


A Rádio de Cabo Verde estreia na próxima segunda-feira, dia 22 a sua programação para o verão 2009... muita música, muita inrectividade e, sobretudo,muitos prémios para oferecer. Confira as propostas da rádio pública:


Grelha de Verão 2009.pdf

quarta-feira, junho 17, 2009

ONDAS COMUNITÁRIAS



A paralisação das emissões da Rádio Comunitária para o Desenvolvimento da Mulher (RCDM), no Paul, traz à tona o debate sobre a sustentabilidade financeira dessas estações e o desvirtuamento da sua missão.

Depois de cinco anos (desde a criação da rádio) a trabalhar sem qualquer espécie de incentivo, os jovens animadores puseram em cima da mesa o seu direito a um vínculo formal com a estação, que passaria pela atribuição de uma compensação no valor de 6 mil escudos mensais. Portanto um “salário” inferior ao que é pago pelas lojas chinesas.

Em vez de ouvir os colaboradores e, na medida do possível, procurar formas de atender às suas reivindicações, a entidade gestora, a AMI PAUL, optou por, numa primeira fase, introduzir uma playlist a bombar de manhã à noite para, finalmente, mandar fechar as emissões, sem qualquer respeito pela comunidade, em nome da qual a rádio foi criada.


A RCDM não é o único caso de encerramento de rádios comunitárias. Nesta situação estão já, há vários meses, senão ano, a Mosteiros FM e a Rádio Comunitária da Brava, pelo menos, que se saiba.

O diploma que define o regime jurídico particular da radiodifusão comunitária – obedece a lei da rádio, 10/93 de 29 de Junho –, preceitua, de entre outros aspectos, que essas estações têm como finalidade específica: divulgar notícias e ideias, promover o debate de opiniões e ampliar informações culturais, mantendo a população informada; oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; integrar a comunidade por meio de desenvolvimento do espírito de solidariedade e responsabilidade comunitária, do incentivo à participação em acções de utilidade pública e de assistência social; permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão de forma mais acessível possível; e contribuir para o aperfeiçoamento profissional dos jornalistas de rádio difusão.

Quem acompanha com atenção a programação das rádios comunitárias, constata que uma ínfima parte dessas obrigações é cumprida. Há uma programação que se assemelha às rádios comerciais e temáticas, baseada apenas na animação musical e participação dos ouvintes através dos discos pedidos (as famosas dedicatórias). O pior é essa onda de Djs que inunda essas rádios. Na verdade, em Cabo Verde faz-se de forma deliberada, ou por ignorância, uma confusão no que diz respeito ao conceito de animação de antena (no caso das rádios comunitárias essa actividade é de capital importância) aliada a uma fraca qualidade.

A maior parte dos jovens que se apresentam às acções de formação privilegia a vertente animação de antena, ou por ser Djs ou por desejar tocar discos e dizer as frases desenxabidas ao microfone. Em muitos casos, são jovens com baixo nível de escolaridade e que abandonaram os bancos da escola há muito tempo, preferindo os MP3, as consolas e auscultadores de cabine.

É claro que isto, em parte, está ligado ao regime de voluntariado em que trabalham os colaboradores das rádios comunitárias. Quando se colabora sem qualquer recompensa, pelo menos monetária, dificilmente se consegue atrair (e fixar) gente com vocação e potencialidade para o jornalismo radiofónico ou mesmo para a animação de antena… igualmente, a margem de responsabilidade e qualidade é mínima. Às vezes o importante, quero crer, é ter a emissão no ar, ainda que passe apenas música (e que música!) e “programas” de muito mau gosto.


O Estado promete algum apoio às rádios comunitárias, nomeadamente na elaboração dos Livros de Estilo e na organização de acções de formação, o que até este momento ainda não aconteceu. Para além disso, segundo julgo saber, há um abatimento no valor a pagar pelo alvará e pela licença de radiodifusão.

As rádios comunitárias estão, por lei, proibidas de transmissão de propaganda ou publicidade comercial de qualquer título, podendo admitir patrocínio, sob a forma de apoio cultural para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida. Do meu ponto de vista, esta proibição de transmissão de publicidade afigura-se como o principal estrangulamento ao funcionamento das rádios comunitárias.

Ora, fixar as receitas das RC apenas na angariação de patrocínios é condená-las à nascença. Se para as televisões e estações de rádios nacionais não é fácil convencer patrocinadores para a produção de programas, imagine-se o que não será para as rádios comunitárias. Esta é claramente uma invenção nossa. Em quase toda a África, as rádios comunitárias são livres de angariar, produzir e difundir publicidade comercial, ainda que no âmbito circunscrito das comunidades em que se inserem, basta ver as realidades da Guiné-Bissau e de Moçambique.

Sem receitas que garantam a contratação e a fixação de jovens talentosos e vocacionados para a rádio; sem recursos que assegurem o funcionamento, a manutenção e o aperfeiçoamento, pode dizer-se que nem mesmo com a mais extremada “carolice” as nossas rádios comunitárias estarão em condições de respeitar as suas obrigações legais.

Pelas nossas contas, neste momento Cabo Verde dispõe de 7 rádios privadas, a saber: Praia FM, Criuola FM, Rádio Comercial, Rádio Morabeza (temporariamente fora do ar), Rádio Nova, Rádio Educativa e, mais recentemente, Rádio Cidade.

No que diz respeito às rádios comunitárias, contam-se: Rádio Comunitária dos Mosteiros, Rádio Comunitária da Ponta D’Água, Rádio Comunitária da Ribeireta, Rádio Comunitária de S. Cruz, Rádio Comunitária da R. Brava, Rádio Comunitária de Santo Antão (Rª Grande), Rádio Comunitária para o Desenvolvimento da Mulher (Paul), Rádio Comunitária da Brava (fora do ar há anos) e Rádio Comunitária de Djar Maio.
Continua…

terça-feira, junho 16, 2009

Formação de Jornalistas


A Universidade de Cabo Verde parece ter encontrado uma saída académica para os muitos profissionais da comunicação social que, tendo alcançado ao longo de vários anos competências práticas na tarimba das redacções, não passaram pelas universidades enquanto instâncias de legitimação do saber.

A ideia, segundo o reitor, António Correia e Silva, passa, de acordo com a lei de acesso ao ensino superior, pela realização de exames de aferição de competências a que podem concorrer os profissionais com largos anos de exercício do jornalismo.

Afastando a ideia de facilitismo, o reitor, de forma prudente, explica que será atribuída àqueles que passarem nos exames uma equivalência que pode dar o grau de bacharelado, abrindo assim a possibilidade de conclusão da licenciatura. Confira o áudio:

Da nossa parte destacamos dois importantes cursos que devem arrancar no próximo ano lectivo, a saber, uma licenciatura em Comunicação e Multimédia e um mestrado em Jornalismo.

Portanto, colegas, voltemos à escola!


Formação Jornalistas.mp3

segunda-feira, junho 15, 2009

Ouvir Cabo Verde e matar saudades



Duas horas de emissão dedicadas a Cabo Verde a pensar na comunidade cabo-verdiana residente em Portugal. A voz é de Emílio Borges, a música é crioula e os ouvintes de várias latitudes.

19.horas. Dona Maria de Pina, residente em Sacavém, sintoniza, uma vez mais, a rádio em 92.8 Fm. Um hábito religioso para esta cabo-verdiana a viver em Portugal há mais de 20 anos. Durante duas horas irá ouvir a música da sua terra, vozes crioulas e notícias do lugar onde nasceu: a cidade da Assomada. “Ligo a rádio todos os dias para matar saudades da minha terra, para me sentir mais perto das minhas raízes”, afirma.
Maria de Pina é uma das muitas ouvintes do programa “Cabo Verde na Horizonte”, na Rádio Horizonte Tejo, situada na Bobadela, concelho de Loures. Uma emissão diária de duas horas inteiramente dedicadas a Cabo Verde, com música, notícias e várias rubricas interactivas.

Fartos de “politiquices”
Do lado de lá, ao microfone, está Emílio Borges, um cabo-verdiano com experiência em comunicação social, que viu o seu projecto tornar-se realidade através da parceria entre a Rádio Horizonte Tejo e a Federação das Associações Cabo-verdianas em Portugal.

Há 4 meses dá a voz ao programa que pretende aproximar os imigrantes do seu país natal. “Começámos com música e dois meses depois avançámos com a informação diária”, explica. Diariamente, Emílio pesquisa nos jornais on-line de Cabo Verde as notícias que possam interessar à mais antiga comunidade de imigrantes em Portugal. Os contactos estabelecidos com as autarquias locais também lhe permitem dar informações actualizadas sobre cada município. “O que mais nos interessa são as notícias regionais, para que as pessoas possam ouvir novidades da sua terra”, afirma Emílio reforçando que a política tem um espaço mais reduzido no seu bloco informativo. “Falamos dos partidos só quando se justifica. Porque de “politiquices” estamos todos nós fartos”.

Apesar disso, Emílio faz questão de levar ao estúdio os governantes e líderes partidários que visitem Portugal, porque, como diz “a comunidade cabo-verdiana na diáspora tem um peso eleitoral enorme, por isso também merece explicações, por parte dos nossos políticos.”

Música, debates e interactividade
Quem quiser pode telefonar e participar na emissão. O programa tem várias rubricas interactivas para esclarecer dúvidas, expor problemas, dar sugestões, ou simplesmente partilhar uma opinião. Em português ou em crioulo.
Uma vez por semana um advogado responde às questões legais dos ouvintes, numa espécie de consultório jurídico. “Normalmente são questões que têm a ver com a legalização em Portugal e com a situação laboral dos imigrantes, diz Emílio.”



Coisas Soltas é o nome da rubrica onde quinzenalmente se debatem temas a pensar na juventude, sobretudo nos jovens nascidos em Portugal, filhos de cabo-verdianos. “Temos uma geração que nasceu cá e não se identifica nem com Cabo Verde, nem com Portugal. Vivem num dilema que muitas vezes degenera noutras situações e na dificuldade de integração.”

Droga; desemprego; formação profissional, são alguns dos temas que já preencheram as “Coisas Soltas” do programa.
A música é presença assídua e representa a maior parte do tempo de emissão. Artistas de Cabo Verde e da diáspora, nomes consagrados, outros novatos à procura de um espaço para divulgar o seu trabalho. Canções do top e outras de outros tempos a apelar à saudade. Morna, coladera, zouk, hip hop, reggae... todos os estilos têm lugar no alinhamento deste programa “musicalmente democrático”.

“A música de Cabo Verde é uma referência em Portugal, está na moda e nós sabemos que nos bairros, sobretudo da periferia de Lisboa, existem muitos jovens a produzir música mas sem mercado para divulgar os seus trabalhos. Aqui tentamos dar voz a esses jovens e a esses estilos musicais que estão a surgir no seio da comunidade cabo-verdiana e pô-los lado a lado com os nomes conhecidos da música crioula”, afirma Emílio Borges.

Nancy Vieira na Rádio Horizonte
Para breve o programa vai poder contar com uma nova voz. Nancy Vieira vai estrear-se aos microfones da Rádio Horizonte Tejo com uma rubrica dedicada à música. “Irá chamar-se “Parada musical” e será uma espécie de Top + da música de Cabo Verde”, explica Emílio, que lançou o desafio à cantora há algumas semanas. Nancy aceitou prontamente dirigir esta rubrica semanal.

Entretanto Emílio deverá terminar a sua formação académica e regressar a Cabo Verde para outros projectos. A continuidade do programa não está, no entanto, comprometida. “Já fizemos contactos com universidades que vão enviar estagiários, filhos de cabo-verdianos que residam em Portugal. A ideia é ir formando essas pessoas para ficarem à frente da emissão”. Por agora é Emílio quem está ao comando do microfone, todos os dias das 19h às 21h, num raio de emissão que vai dos concelhos de Torres Vedras a Sines, em 92.8 Fm, ou online através da morada www.horizontefm.pt.

Fonte: A Semana