quinta-feira, abril 30, 2009

Um novo prestígio para a TCV


A nova directora da Televisão de Cabo Verde promete imprimir uma outra dinâmica e prestigio à estação pública. Um desafio que Maria da Luz neves espera alcançar através do diálogo e o apoio dos todos os trabalhadores e do concelho de Administração. Durante a cerimónia de tomada de posse, esta manhã, a jornalista destaca a organização, a disciplina e o respeito como pilares essenciais para vencer os desafios que se colocam à televisão de Cabo Verde

“Sabemos que na nossa estação temos muitos problemas pendentes, a desmotivação provocada, entre outros, pela falta de um PCCS, por falta de uma carreira que promova o crescimento dos profissionais da área, pelo que prometo engajar-me junto do Conselho de Administração no sentido de resolver estes problemas, para que cresçamos profissionalmente, para que tenhamos mais estímulos, mais vontade de trabalhar, mais disciplina, mais organização, para que, ao fim e ao cabo, esta estação, a TCV, tenha mais prestígio, e tenhamos mais auto-estima”

O presidente do Conselho de Administração da RTC reconhece que, seis meses depois de ter assumido os destinos da empresa, já há ganhos evidentes, sendo a mais visível o alargamento do período de emissão da TCV para 12 horas.

No entanto, Horácio Semedo lembra que há desafios que requerem respostas imediatas, a começar por um novo plano de cargos carreiras e salários, um instrumento que deverá ser acompanhado de um processo de avaliação de desempenho dos trabalhadores. A ideia é apostar no mérito e na competência, fazendo justiça àqueles que se têm destacado no exercício das suas funções.

“Da nova direcção, esperamos que lidere um projecto de modernização e renovação da televisão de Cabo Verde, que dialogue e que, nos diferentes níveis, saiba ouvir e a partir daí tomar as melhores decisões; que apresente propostas concretas que visem uma melhoria da qualidade da programação e uma rentabilização da televisão de Cabo Verde; que crie um ambiente de trabalho; que motive e una todos os trabalhadores que queiram estar neste projecto”

O presidente do Conselho de Administração RTC anuncia ainda a criação para breve de um novo estúdio de televisão que contará com o suporte técnico da RTP. A aposta numa gestão descentralizada é também uma prioridade da Administração da RTC, que doravante estará representada nas instalações de TCV pelo administrador executivo, Álvaro Ludjero Correia.

C.S.

NOVA DIRECÇÃO DA TCV TOMA POSSE HOJE



A jornalista Maria da Luz Neves é a nova directora da TCV, e vai ter como colaboradores directos, os jornalistas Rui Almeida Santos (Informação) e Adelina Brito (Produção). A informação acaba de ser apurada por este diário on-line junto de uma fonte bem posicionada, na RTC.


Com esta nomeação, põe-se fim a uma vacatura na direcção da estação pública de TV, desde a saída, por motivos de saúde, de Carvalho Santos, da direcção daquela estação.


Conforme também apurado, o Conselho de Administração da RTC acaba de dar por finda a comissão de serviço do jornalista, Waldemar Pires, no departamento de Informação, e rescindiu o contrato com João Pires, que há muitos anos vinha exercendo as funções de chefe do Departamento de Programas e Produção da TCV.
A nova direcção da TCV inicia funções amanhã, quinta-feira.



Fonte : Expresso das Ilha

quarta-feira, abril 29, 2009

A TOMADA DA RÁDIO BARLAVENTO



Dada a importância desta comunicação do jornalista João Augusto Santos Nascimento para o conhecimento da história da radiodifusão cabo-verdiana, o KRIOL RÁDIO orgulha-se de a publicar na íntegra, não obstante ter sido proferida há mais 3 anos no âmbito de uma conferência realizada pela Delegação da RTC no Mindelo.

Estamos hoje a comemorar uma data que ficou marcadamente nos anais da História deste país e das suas gentes e que nunca sairá da nossa mente: o dia 9 de Dezembro de 1974. Éramos ainda jovens, mas com responsabilidades porque inserimos cedo no mundo de trabalho precisamente onde ainda nos encontramos. Na altura, recordo o ano de 1971, quando entramos como assistente de estúdio, ou como o homem da cabine das máquinas – como dizia o locutor/comunicador Zito Azevedo – no programa “Encontro às Dez” , embora tanto o locutor como o seu assistente ficava num mesmo espaço sem divisão alguma.

Ficava o locutor na sua mesa à frente da consola, um equipamento onde convergiam todos os canais para microfones, gravadores e gira-discos. Estes dois da responsabilidade do operador de estúdio, o que se convenciona chamar hoje Técnico-Operador de Som.

Pois é são estes Técnicos-Operadores de Som que, na sua juventude, abraçaram esta causa nobre de fazer Rádio, participando activamente também no desenvolvimento deste país. Muitos passaram a locutores na então criada Voz de São Vicente, o Fernando Carrilho, o Fonseca Soares e, mais tarde, eu mesmo. Outros já o eram na então Rádio Clube do grande Evandrita, Evandro de Matos, que tinha sido fechada por razões (?)

O António Pedro Rocha, que de Director da Voz de São Vicente, com a saída do Rolando Vera-Cruz Martins para Praia, para assumir as funções de Director da Rádio e do Jornal “Voz di Povo”, herdeira do Arquipélago (que lhe provocou sérios problemas de saúde), passou para Director da Rádio Nacional, na fusão das duas estruturas de São Vicente e Praia. Hoje está na Deutsche Welle, onde chefia a Redacção portuguesa.

O João Matos, depois de São Vicente, seguiu para à Praia, mais tarde pioneiro na Deutsche Welle, o Carlos Lima (já foi Director da RTC-FM) e o Carlos Afonso, o Rito Melo. Vozes femininas que me lembro e com quem trabalhámos como Assistente, a Maria Helena Ferro, esposa na altura do bem conhecido e saudoso Francisco Lopes da Silva, Armanda Fonseca e Maria Manuela Fonseca. Eram vozes sonantes… eram locutores que tinham credibilidade.

Mas, dizíamos nós, foram esses pioneiros, tarimbeiros, que passaram por pequenos estágios para transmissão dos conhecimentos pelos veteranos na altura do seu ingresso, é que faz as pessoas apanharem o gosto (se é que podemos falar disso!), sentirem-se atraídos pela profissão… transformada em profissão na sequência da tomada da Rádio Barlavento, 3.955/60 kilociclos por/segundo, onda dos 75 metros.

Com a Independência – a tomada da Rádio Barlavento faz parte desse processo nacionalista do então PAIGC – os nossos comunicadores e demais funcionários passam por estágios de formação na RDP, em Portugal, no Instituto Internacional Werner Lamberz, em Berlim-Leste, na ex-RDA, no tempo da guerra fria… cursos superiores em França, INA, Cuba, União Soviética. Cursos de Engenharia Electrónica e de Som, Produção Rádio e Jornalismo.

Hoje, são muitos (centenas) os profissionais da tão falada, com a modernidade, Comunicação Social, Rádios, Jornais, TV, Revistas, e, actualmente, na era da digitilização, Jornais electrónicos, graças as novas tecnologias de informação e comunicação, as chamadas TIC’s. E, cada dia mais, estão a ser formados mais quadros. No Brasil…

Este longo preâmbulo – pedimos desculpas, se estamos a maçar os presentes e tele-ouvintes, mas vamos já terminar - para chegar aos tempos actuais e dizer aos nossos profissionais da Comunicação Social que este nosso métier, é difícil, é stressante – palavra na moda – e requer muito poder de encaixe por que somos pressionados pelo tempo e pelos utentes, pressionados mais pelos que vêm o poder do chamado “Quarto Poder”… principalmente os políticos.

Mas é e continuará a ser uma nobre profissão que muito tem contribuído e continuará a dar a sua valiosa contribuição, veiculando a formação e informação em notícias, grandes entrevistas, reportagens, mesas-redondas e debates, para o desenvolvimento desta jovem nação que vai nos seus 31 anos, por que entrou já desde o dia o dia 5 de Julho de 2005, Trigésimo Aniversário da Independência Nacional.

Pergunta-se na era da digitalização, qual o futuro da Rádio Pública no meio desta onda de órgãos privados de comunicação social. No recente workshop sobre medias electróniques de Tunis, no quadro da Cimeira Mundial da Sociedade de Informação, foram introduzidos vários painéis, entre os quais o Impacto dos Mídias na Sociedade. Fez-se uma reflexão sobre o futuro da Rádio Pública nesta era das TIC’s e sua influência no surgimento de outras rádios, privadas e comerciais.

Os conferencistas foram unânimes que a Rádio Pública é uma necessidade e que vai perdura ao longo dos próximos tempos. Rádio e TV mantêm o seu lugar importante que tem na Sociedade, com o aparecimento dessas novas tecnologias de informação e comunicação, como a Internet. Para Veina Viedmann da ARD, Radiodifusão Alemã, há um enriquecimento mútuo entre a NET e a Rádio e TV. Há uma complementaridade, segundo Gulla Thiam, do Senegal, porque a Internet alarga o serviço prestado pelos mídias convencionais. Você pode ouvir a qualquer momento fora do seu espaço, casa ou trabalho, as emissões no seu telemóvel.

O mais importante agora é a produção de programas com mais e melhor qualidade, no profissionalismo dos jornalistas, respeitando as normas da ética e o código deontológico. Enfim, por uma cultura de mais e melhor trabalho.

É o que se quer implementando acções de formação, melhorando os meios e equipamentos, por que quando se avança há outras exigências. E, o nosso público utente é, e com razão, exigente. Devemos trabalhar nesse sentido e se não eliminar pelo menos reduzir grandemente algumas dificuldades e constrangimentos que a nossa Rádio atravessa.

Com tudo isto para dizer que Afinal Valeu a Pena: a TOMADA DA RÁDIO BARLAVENTO E CRIAÇÃO DA VOZ DE SÃO VICENTE!

E, a nossa proposta vai no sentido de se criar o Dia Nacional da Rádio, investigar se outras datas para além deste Dia Histórico e Memorável 9 de Dezembro, buscar se possível consensos à volta.

Aqui, nos Estúdios do Mindelo, à semelhança do que aconteceu no Sal, com a atribuição do nome Adelino Ramos, porque não noutros Estúdios atribuir o nome de célebres “guerreiros” da Rádio. Aqueles que deram a luta, o máximo de si, não olhando a sacrifícios à família e ao seu tempo de lazer. Nomes como Telmo Bárrio Vieira, mais do que Director Técnico da ex-Rádio Barlavento, durante décadas e décadas, ou Francisco Faria, Chico Escuta, que rabiscava as notícias sob escuta das outras rádios.

Pedimos desculpas se fomos demasiado ousados.
A Rádio de Cabo Verde, instituição estatal de utilidade pública, é um órgão de comunicação áudio, mais antigo em Cabo Verde, com responsabilidades no desenvolvimento do país, através da formação e informação, no debate de ideias e na procura de sinergias.

terça-feira, abril 28, 2009

Maratona para a Liberdade de Imprensa

Uma conferência sobre o Serviço Público de rádio e televisão, mecanismos de financiamento, história e tendências, marca o ponto alto das comemorações do dia mundial da liberdade de imprensa, que se assinala a 3 de Maio. Trata-se de uma realização conjunta AJOC/RTC e conta a com a intervenção do presidente do Conselho de Administração da RTP, Guilherme Costa.

A problematização deste assunto, estratégico na gestão dos operadores públicos, será feita pelo jornalista e presidente do CA da Inforpress, José Mário Correia. A comunicação marcada pelas 10:15 do próximo sábado na Casa da Imprensa, no Plateau, é antecedida pelo discurso do Chefe de Estado, Pedro Pires, que presidente a cerimónia de abertura das comemorações do dia mundial da liberdade de imprensa.

Do programa consta ainda um outro momento de reflexão sobre o papel dos meios de comunicação social na consolidação da democracia, os desafios de hoje, que estará a cargo da jornalista Diana Andriga, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Portugal, que se encontra em Cabo Verde a preparar um documentário sobre o campo de concentração do Tarrafal.

A Associação de jornalistas de Cabo Verde conta também realizar, em parceria com a TCV e a Federação Cabo-Verdiana de Atletismo, no próximo domingo, pelas 9 da manhã, uma maratona que deverá contar com a participação de todos os profissionais da comunicação social e o público em geral.

A festa da liberdade de imprensa termina com a realização de uma homenagem a alguns jornalistas que desempenham a função há vários anos.

A sessão de encerramento das comemorações do 3 de Maio será presidida pelo Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro, Sidónio Monteiro.


Fonte: Casa da Imprensa








segunda-feira, abril 27, 2009

Calos Veiga no Espaço Público


Está desfeito o tabu. Carlos Veiga avança mesmo para a liderança do Movimento para a Democracia. Em declarações exclusivas à Rádio de Cabo Verde o antigo Primeiro-Ministro anuncia o seu regresso à vida partidária, confirmando assim notícias que davam conta de movimentações junto das estruturas de base e de pesos pesados do maior partido da Oposição.

Carlos Veiga justifica a sua entrada na corrida à liderança do MPD com os graves problemas no país, que a crise internacional tende a agudizar. O antigo Primeiro-Ministro sublinha ainda a necessidade de voltar a unir e galvanizar o partido. Por isso, Veiga foi peremptório: “comunico à grande família MPD e a toda a sociedade cabo-verdiana que decidi regressar à militância activa e concorrer às próximas eleições à presidência do MPD.”

Este é o tema da edição de hoje do programa “ESPAÇO PÚBLICO” da Rádio de Cabo Verde que será emitido, em directo, a partir das 22:10. O jornalista Carlos Santos vai ter em estúdio, António Ludjero Correia, Edson Medina e Américo Silva (a partir do Mindelo) para analisar as implicações e o cenário político que o regresso de Carlos Veiga à actividade partidária acaba de criar.

Para expressar a sua opinião sobre o assunto e colocar as questões que bem entender, tem à sua disposição o e-mail
espacopublicorcv@gmail.com e o telefone 262 27 19.





VEM AÍ A TELEVISÃO EDUCATIVA



A Rádio e Novas Tecnologias Educativas poderá passar a funcionar com a componente televisão dentro de dois anos. O desafio foi lançado pelo Primeiro- Ministro José Maria Neves durante a cerimónia de inauguração de um centro multimédia naquela estação emissora.

De acordo com o Primeiro-Ministro, Cabo Verde tem de assumir desafios que propiciam o seu progresso social e económico. E nesta óptica, sublinha José Maria Neves, uma televisão educativa poderá ser um precioso instrumento de promoção de valores dos direitos humanos e factor de desenvolvimento.

“Cabo Verde tem de ser ambicioso, tem de criar novos horizontes, novas fronteiras e é precisamente por isso que gostaria daqui a dois anos pudéssemos ter a Rádio e Televisão Educativa para funcionar e continuar a trabalhar no sentido de criação de novas ideias, novos valores que são fundamentais como a tolerância, não violência, a paz, a promoção da defesa dos direitos de liberdades e garantias dos cidadãos para que de uma sociedade mais justa, mais igual e mais solitária possamos construir um pais cada vez mais moderno onde as mulheres e os homens possam ter mais dignidade.”

Por sua vez, o director da Rádio Educativa diz acreditar que dentro de dois anos tal será possível, até porque, a instituição que dirige já tem alguns investimentos nesse sector.

“Com certeza, uma grande valia, é um desafio que nos lançou e então temos de agarrar essa ideia até porque, já temos, digamos, alguns instrumentos e temos também alguma investigação nessa área, precisamente porque estávamos a pensar a mais longo prazo conseguir fazer isto, mas com esse repto vamos empenhar para conseguir. “

Refira-se que foi inaugurado na semana passada, na estação Rádio Educativa, um centro multimédia e durante o acto aquela estação emissora assinou acordos de parceria com várias instituições nomeadamente com a Verde Fam, a Associação Zé Moniz, de entre outras.

Autoria: Ana Simone Brito Pereira