sexta-feira, abril 22, 2011

E em Cabo Verde como vai ser?

Há que pense que a rádio é uma coisa antiquada. Concordo que a rádio já é antiga, caminha para os 100 anos. Mas não é velha. O mundo digital abre-se agora também para ela.

Há quem pense que a rádio é um médium pouco importante. Concordo que a televisão faz girar o mundo, mas, de manhã cedo, para saber se o mundo gira mesmo, qualquer pessoa sensata, cinco minutos depois de acordar já está a ouvir o noticiário da rádio.

Há quem pense que a rádio diz sempre as mesmas notícias de hora a hora e que toca sempre as mesmas músicas. Concordo que há rádios assim, mas a verdade é que a esmagadora maioria das pessoas sabe o que se passa, em primeiro lugar, pela rádio. Se tiverem sorte ainda lêem no jornal o que já ouviram na rádio e ao jantar vêem na televisão o que já sabem.

Há alguns anos atrás ninguém poderia prever que a internet fosse mudar profundamente o pulsar das sociedades dos países desenvolvidos. E no entanto ela aí esta pelo telefone, marcando o nosso quotidiano, satélite, ubíqua, incontornável, nos e-mails, no comércio electrónico, na bolsa, na escola, nos telemóveis e, em breve, dentro dos automóveis.

A internet é o mais potente motor da revolução digital e da comunicação. Todavia há 10 anos poucos eram aqueles que tinham ouvido falar dela. Hoje vai ser assim com a rádio digital, vai ser assim com o DAB – Digital Audio Broadcasting.

O traço de união do que já se escreveu é a chamada convergência das tecnologias da computação, do áudio, do vídeo e dos dados e das telecomunicações. Neste mundo digital percebe-se que dentro de poucos anos a Rádio em FM estará a despedir-se deste mundo.

Fonte: Obercom

quarta-feira, abril 20, 2011

Freedom House Analisa Liberdade de Imprensa

A organização americana sem fins lucrativos Freedom House, com sede em Washington, divulgou na segunda-feira (18/4) um amplo relatório sobre liberdade na internet em 37 países. Com 410 páginas, o estudo contou com financiamento das Nações Unidas. Em 2009, um relatório similar analisou 15 países.

Na pesquisa mais recente, nove destas 15 nações pioraram na avaliação de liberdade na internet, levando em conta quesitos como obstáculos ao acesso, limites ao conteúdo, vigilância sobre os internautas, entre outros. A maioria das novas nações estudadas também apresentou desempenho fraco.

A Estônia foi listada como o país com maior liberdade na internet, seguido pelos EUA, Alemanha, Austrália, Reino Unido, Itália, África do Sul e Brasil. O Brasil, por sinal, é o último país da lista a ser considerado "livre". A ele seguem Quênia, México e Coréia do Sul, "parcialmente livres". Entre as nações que possuem as políticas mais repressivas estão Irã, Mianmar, Cuba, China, Vietnã, Arábia Saudita e Tunísia.

Riscos

Irã, China e Rússia estão entre os países avaliados em 2009 e que tiveram aumento na repressão na rede. A Rússia – classificada como parcialmente livre – também foi listada em um grupo de países que, apesar de terem conquistado uma "relativa liberdade de expressão e comunicação na internet", sofrem o risco de piorar rapidamente. Neste grupo estão Tailândia, Jordânia, Venezuela e Zimbábue.

Especialmente na Rússia, onde a internet é, hoje, a plataforma menos censurada para o debate público, a situação é preocupante. Nos últimos dois anos, à medida que mais pessoas têm acesso à rede, mais a liberdade online é deteriorada. Foram contabilizados o bloqueio de sites da oposição, 11 prisões de blogueiros nos últimos 17 meses, e indícios de que funcionários do governo estariam contratando internautas para divulgar propaganda do partido de situação.

A China é outro caso que merece destaque. Com a maior população online do mundo, continua a incrementar suas estratégias de controle da rede, minando o espaço para atividades anônimas e criando leis vagas que obrigam as companhias de internet a censurar seus usuários. Ainda que seja possível driblar os filtros impostos pelas autoridades, o relatório afirma que as técnicas de controle têm obtido sucesso. Menos de 15% dos cidadãos pesquisados já ouviram falar do ativista Liu Xiaobo, vencedor do prêmio Nobel da Paz em 2010, preso desde 2008. Com informações do Financial Times[18/4/11].

segunda-feira, abril 18, 2011

Pelos Caminhos da Rádio Digital

Cabo Verde prepara-se para adoptar a TDT, Televisão Digital Terrestre, em 2015. Pelo que julgo saber existe uma directiva do Governo neste sentido que, para o feito, também criou uma comissão integrada por especialistas encarregue de analisar os vários aspectos tecnológicos subjacentes à implantação da televisão digital terrestre.

Desconheço se a decisão política também engloba a rádio. Pelo menos, das declarações públicas quer do responsável da ANAC – Agência Nacional das Comunicações – quer da DGCS, não se depreende qualquer alusão à rádio digital e muito menos ao sistema tecnológico que lhe servirá de suporte.

Se em paralelo com a televisão, Cabo Verde pretende também adoptar emissões no formato rádio digital terrestre, trata-se então de uma informação preciosa aos cidadãos que não devem ser ignorados no decorrer do processo, até aqui circunscrito à esfera de decisão dos actores políticos e técnicos. O debate deve ser alargado aos principais destinatários dessa revolução que não é apenas tecnológica, mas que engloba a oferta em termos de conteúdos.

Independentemente da decisão já tomada ou que vier a ser tomada, é liquido que a rádio não pode ficar de fora do mundo digital, presa a antiquadas tecnologias dos anos 30, como a Onda Média (AM), e dos anos 60, a Frequência Modulada (FM). A rádio ou apanha o comboio do digital ou passará à história.

É bom que se diga que hoje praticamente todas as estações de rádio cabo-verdianas trabalham com equipamentos digitalizados, com excepção dos emissores, o que nos encoraja a concluir que a rádio do futuro é pois digital.