A Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, em parceria com a ADVIC, lançou, na semana passada, a primeira edição em Braille do jornal Expresso das Ilhas. O projecto, que também irá abarcar os demais semanários, reveste-se de uma dimensão social incalculável.
Não obstante a periodicidade ser, no imediato, mensal, este gesto vai permitir que os invisuais, sobretudo os alfabetizados em braille, acompanhem a actualidade informativa através da imprensa escrita. Num contexto de manifesta carência de conteúdos em formato passível de usufruto por parte das pessoas totalmente cegas ou amblíopes, com baixa visão, a iniciativa é, a todos os títulos, louvável, representando um marco importante na história da imprensa cabo-verdiana.
De acordo com o I Relatório Nacional de Direitos Humanos, em Cabo Verde, não obstante se consagrar em forma de lei que os grupos vulneráveis – em que se incluem as pessoas com necessidades físicas e mentais especiais – devem merecer especial protecção da família, da sociedade e dos poderes públicos, o que pressupõe a observância dos deveres de respeito e de solidariedade para com os portadores de deficiência, existe um quadro de inquestionável défice de inclusão, de protecção e de dignificação dessas pessoas.
Pese embora alguns ganhos tímidos nesta área, nomeadamente, na educação, saúde e cultura, há, contudo, um longo caminho a percorrer rumo à verdadeira inclusão e à satisfação dos direitos humanos das pessoas com necessidades especiais. Infelizmente os media nacionais, temos que o admitir, só colocam a problemática dos portadores de deficiência na sua agenda por força das efemérides ou para publicitar alguma celebração a eles associada. Num mundo em que tudo aquilo que “não passa” na televisão fica na penumbra, torna-se fundamental que essas pessoas não sejam ignoradas pela caixinha mágica, sob pena de a sua aceitação social piorar em vez de melhorar.
Na verdade, se queremos melhorar a acessibilidade, que é como quem diz, a possibilidade de as pessoas usufruírem de bens, recursos ou conteúdos que são colocados ao seu dispor, a abordagem ideal deve ser sempre a do “desenho universal”. Isto significa que tudo o que é concebido procura responder às especificidades ou necessidades do maior número possível de indivíduos.
Uma televisão de serviço público, como é o caso da TCV, que deve reger-se pelo princípio da igualdade – o que pressupõe uma atenção equitativa aos valores das maiorias e das minorias – obriga-se, entre outras medidas, à dobragem de programas em língua estrangeira; ao emprego de tecnologia que permita a conversão das legendas escritas em informação sonora (áudio captioning); à utilização de auto-descrição que se consubstancia na introdução de informação sonora sobre determinados aspectos que são essenciais para alguém que não consegue acompanhar cabalmente a narração visual da história a possa compreender. Essa informação incidirá, designadamente, sobre o contexto, as acções, expressões faciais, gestos e movimentos.
Concordamos que talvez seja pedir à nossa modesta televisão. Pensamos, no entanto, que, volvidos 27 anos de emissão, já é altura de a TCV proceder à tradução para a língua gestual e para a legenda de toda a informação relevante apresentada sob a forma sonora. Já agora, porque não começar pelo Telejornal? É apenas uma sugestão!
Tem de rever a sua ideia de que o Conselho superior do audiovisual é que nomeia o PCA dos midias. Isto nao é bem assim e as regras estao sempre a mudar.
ResponderEliminarPor exemplo, desde que Sarkozy foi eleito as regras foram alteradas, e agora é ele que nomeia o PCA da Televisao, da Radio Publica France Inter e da France 24 e RFI.
O parlamento fornece um parecer que nem é tido em conta!!!
Você tem de estudar é o modelo alemao, que é muito melhor do que o tao propalado modelo liberal da BBC. Alias o seu argumento a esse respeito durante o debate foi muito bom!!!!
Apraz-me muito saber que o seu pensamento em matéria de segredo de justiça evoluiu.
ResponderEliminarConsulte o seu arquivo é ha-de ver que ainda ha tempos queria que o jornalista fosse parte do segredo de justiça.
Ora bem, nas grandes democracias, o jornalista nao tem nada a ver com isso, e gostei da sua argumentação a esse proposito no debate de ontem na TV.
Nao percebi as hesitaçoes do Silvino andou hesitante exigindo respobsabilidade ao jornalista.
Meus senhores, os vossos argumentos estao a ficar repetitivos todas as vezes que estao se poem a debater a liberdade de imprensa.
Tudo està inventado; é so copiar e Abo Verde nao tem condiçoes de origiginalidade nem nessa nem noutras matérias.
Vocês nao estao a perceber por exxemplo que se CV està no Top 10 (o que diga-se de passagem é um autêntico bluff) é precisamente por causa dos comentarios dos leitores nos on-line e nao devido ao "excelente" trabalho do jornalista.
Sao os leitores que andam a revolucionar as liberdades de imprensa e de expressao e o jornalismo em CV e nao os jornalsitas.
Neste aspecto, apesar das reservas de Silvino gostei do seu pessimismo em relaçao ao TOP 10 de CV.
E' uma palhaçada dizer que CV està à frente dos Estados unidos ou da Alemanha e Inglaterra.
Basta ver o nivel intelectual dos jornalitas. Alias esse tal de Carvalho devia aprender português antes de se lançar em debates à procura das palavras e arquitectando um discurso muito fraco.
O homem nao sabe construir uma frase quanto mais agora uma argumentaçao!
Sobre o Silvino, um jovem acabado de sair da Universidade a falar dos jovens seus alunos, faz-me rir!
Em CV começa-se sempre do topo para baixo. Onde é que o Silvino exerceu jornalismo.
Enfim, eu nao conheço em parte nenhuma do mundo um bom jornalista com menos de 45/50 anos.
E' impossivel!!!!!
Al Binda
Esqueci-me de dar um unico exemplo sobre o poder dos leitores.
ResponderEliminarEsse exemplo que é actual é o debate em torno da imposiçao do nome de Mandela ao aeroporto da Praia.
Ora bem, os leitores invadiram os on-line denunciam a loucura do governo, fazendo tremer o primeiro ministro que mandou os seus capatazes defender a sua obra.
A verdade é que estava lançada a confusao.
Mas nao foi apenas os homens do governo a virem dar justificaçoes.
Efectivamente a propria oposiçao que andava caladinha da silva, teve que vir a publico, escudar-se nas criticas dos leitores para dizer que o governo comportou-me mal.
E last but not the least, os proprios jornalistas foram obrigados a relançar a maquina adaptando os seus artigos às criticas dos leitores.
Concnslusao: sao os leitores que estao a revolucionar a forma de fazer jornalismo nesta terra.
Hoje em dia, os leitores chegam inclusivamente a impor a agenda aos joranlistas. Ha nas criticas dos leitores assuntos que sao tratados muito antes dos jornalistas.
Nesse ponto os proprios jornalistas tremem, porque se sentem ultrapassados e humilhados pelos leitores.
Al Binda
Espero que tenha lido a noticia donde fiz este extrato:
ResponderEliminar"A fonte do Ministério Público lembrou ainda que os jornalistas não estão abrangidos pelo segredo de justiça.."
Ha que tempos que eu escrevi aqui mesmo que o jornalista nao està abrangido pelo segredo de justiça.
Ainda me lembro do Carlos a prometer dar-me liçoes de jornalismo.
Ai esta nova geraçao de licenciados de 4 anos a pensar que têm o rei na barriga e deus na cabeça!!!!!
Al Binda
EU NUNCA falo de cor!
ResponderEliminarAqui tem a prova do que eu afirmei mais acima de que em França é o presidente Sarkozy que nomeia os PCAs da Radio e TV.
Confirme aqui neste extracto da entrevista que encontrarà algures e é de um candidato às presidencias francesas que diz que se for eleito mudarà as regras:
François Bayrou : Oui. La nomination des présidents par le président de la République est un processus profondément malsain. L'audiovisuel public n'est ni une filiale du pouvoir ni la propriété de l'État.