terça-feira, junho 16, 2009

Formação de Jornalistas


A Universidade de Cabo Verde parece ter encontrado uma saída académica para os muitos profissionais da comunicação social que, tendo alcançado ao longo de vários anos competências práticas na tarimba das redacções, não passaram pelas universidades enquanto instâncias de legitimação do saber.

A ideia, segundo o reitor, António Correia e Silva, passa, de acordo com a lei de acesso ao ensino superior, pela realização de exames de aferição de competências a que podem concorrer os profissionais com largos anos de exercício do jornalismo.

Afastando a ideia de facilitismo, o reitor, de forma prudente, explica que será atribuída àqueles que passarem nos exames uma equivalência que pode dar o grau de bacharelado, abrindo assim a possibilidade de conclusão da licenciatura. Confira o áudio:

Da nossa parte destacamos dois importantes cursos que devem arrancar no próximo ano lectivo, a saber, uma licenciatura em Comunicação e Multimédia e um mestrado em Jornalismo.

Portanto, colegas, voltemos à escola!


Formação Jornalistas.mp3

5 comentários:

  1. Nada de novo, Carlos! E' o que se faz no MUNDO DESesnlvido ocidental. Na Alemnha e em França, por exeplo é o que se chama Validaçao dos Anos de EXPEriência profissional.

    Com base em seminarios e estagios de reciclagem de algumas semanas, as pessoas, no caso jornalistas, sao habilitadas dos conhecimentos escolares e depois passam os tais exames.

    E porque falas de jornalismo, toda a gente sabe que JORNALISMO nao existe. O corpus das disciplinas cientificas que um jornalista dá, nao pertencem ao Jornalismo, mas sim a outras ciencias.

    Um historiador, um jurista ou médico, que saiba as técnicas de redacçao e de fala ou oratoria, podem ser bons jornalistas especializados na disciplina que estudaram de facto.

    Logo, com um curso intensivo de tecnicas de redacçao e de reportagem, um jurista pode ser um bom jornalista de temas politicos e juridicos ou um bom jornalista de questoes médicas e de ciencia, etc etc. Alias, melhor do que um jornalista com uma ma formaçao intelectual, que é o caso, ainda em CVerde, em que temos jornalistas semi-analfabetos, incapazes, de escrever ou entrevistar sobre temas de politica internacional ou de economia, porque nao percebem nada dessas matérias...

    Conclusao: todos os actuais jornaliatas, podem pois ir assistir esses cursos para terem diplomas, o que nao quer dizer que serao bons jornalistas.

    Enfim, ainda sobre formaçao jornalistica em Inglaterra, Alemanha ou França, os grandes jornalistas nao têm curso de jornalismo ou de comunicaçao. As estrelas dos grandes jornais, de radios e televisoes em França, sao sobretudo formados em ciências politicas, direito e letras, e depois fazem 9 meses de técnicas de redacçao e reportagem no Centro de Formçao de jornalistas.

    Alias jornalismo de Universidades nao tem saída em França. Se um jornalista quiser ser respeitado e ter fama na profissao tem de fazer o Centro de Jornalistas, que admite candidatos, para o tal curso de 9 meses, com o minimo de dois cursos de base que sao quase sempre economia, politica ou direito...

    Repito: jornalismo como ciência nao existe; é uma fantochada. Os melhores prémios Pulitzer, nunca fizeram uma escola de jornalismo.

    Al Binda

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  2. Olha lá, Al Binda,visitei o teu blog (terra-longe.blogspot.com) e não há nenhum comentário às coisas que lá tens posto. Será que a tua comprovada "superioridade intelectual" não é tão comprovada assim e não suscita nenhum interesse junto do público leitor, ou arranjaste uma maneira de inibir a inserção de posts contendo críticas aos teus escritos, numa esclarecida demonstraçãop de democracia e exercício de liberdade de expressão?

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  3. "inibir criticas" ao que escrevo? Mas oh anonimo, fui eu a provocar esta revoluçao na Net em CV. Fui eu a incentivar, provocar as pessoas a escreverem.

    Quanto comecei, era o unico e durante anos, andaram a dizer que eu podia escrever, criticar, que ninguém tomava-me a sério.

    Pois bem, desde entao, no africa da rdp e amidjabraba.com, muita gente apareceu a escrever comigo no semana e depois criaram blogues.

    Houve mesmo quem me desafiasse a criar o meu proprio blogue.

    Sabes o que respondi? Para quê criar um blogue, se posso escrever em todos os blogues em CV onde nao haja censura, claro! pois ha blogues que ainda nao perceberam a revoluçao digital que estamos a viver, que continuam a praticar censura prévia, nao escancarando as suas portas para deixar entrar as criticas livremente; assim como aqui, o Carlos faz.

    Deixar as pessoas escreverem e publicarem directamente sem o lapis azul da censura do dono.

    Mas oh anonimo tu querer dialogar comigo sem aprenderes a ler, a investigar? Nao vês que nem sabes encontrar o que está escrito preto no branco no blogue do Virgilio?

    Bom, como és burro, vou dar-te um lamiré: o deabte é sobre um texto de Carl Schmitt que o Virgilio publicou no seu blogue e que eu desmontei de alfa a omega, como fiz aqui com os textos de Fonseca Soare e Orlando.

    Vai la procurar e deixa-te der preguiça mental! Quanto a criticar-me, eu ja escrevi, mesmo aqui, que toda a gente está autorizada a desancar no que escrevo; so que tu tens que ter canela!

    Al Binda

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  4. E' extraordinario esses jornalistas que têm aqui um espaço de debate e nao vêm aqui sequer defender os seus pontos de vista na matéria.

    Devo dizer que estou plenamente de acordo com a atitude do Reitor; alias, Cabo Verde está em divida para com milhares de caboverdianos que abandonaram ou interromperam os seus estudos superiores e liceais na altura da independência para darem a sua contribuiçao à criaçao do país.

    Logo, nao sao so os jornalistas tarimbeiros que merecem diplomas da Universidade de Cabo Verde, mas também outras profissoes. Toda a gente deve beneficiar desta politica. E repito, nao é nada de especial, pois esta politica existe ha muito nos grandes paises desenvolvidos.

    No caso ainda dos jornalistas, é preciso ter em conta igualmente que a velha guarda, ja fez varios estagios que devem ser reconhecidos. Por exemplo no debate que tive sobre a entrevista do Orlando, ele fala na formaçao que uma leva deles teve com formadores portugueses, assim como outros ja haviam tido antes; pois bem essas formaçoes devem ser reconhecidas, pois o curriculum exigido para se ser jornalista noutras paragens ja está preenchido.

    Conclusao: com uma experiência profissional minima de 5 anos e uma formaçao ou estagios de média de 6 meses, esses jornalistas ja podem ter diplomas de nivel de bacharelato ou mesmo de licenciatura. Muitos que fizeram essas tais formaçoes nao precisam pois sequer de fazer mais outra formaçao na Universidade.


    O problema, é que o que falta mais aos jornalistas é cultural intelectual geral. Mas este é outro problmea, pois ha licenciados e doutores que nao têm também cultural itnelectual geral...

    Al Binda

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  5. Para concluir, como é evidente ha que dar também diploma de licenciatura a toda essa malta que anda por aí a fazer teatro; a começar pelo Fonseca Soares, tanto mais que ele fez um curso de iniciaçao teatral dado pelo "formador" Jom Prêt!

    Isto faz-me lembrar os formadores do Orlando, esses que ninguém formaram mas que dao formaçao. Pois, em matéria teatral, que eu saiba Jom Prêt nunca esteve num conservatorio ou faculdade de artes dramaticas. Ele aprendeu a fazer teatro com os pais. Mas como é português ele nao precisa de ter curso para dar aulas de teatro. Tudo bem.

    So que é de perguntar, mas por que é que os caboverdianos que faziam ou fazem sem formaçao especial, quero dizer curso, mas tarimbeiros, nao formam também gente de teatro? Porque é que tal funciona para um português branco, mas ja nao funciona para um crioulo da terra com muita experiência de teatro?

    Coisas dos crioulos complexados, que gostam de dizer que tiveram como formador, como professor um português branco, mesmo que o gajo nao tenha formaçao especial na area!

    Conclusao: diploma de teatro para toda a gente, e mesmo para o Jom Prêt.

    Al Binda

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