segunda-feira, novembro 15, 2010

O Melhor da Imprensa Cabo-Verdiana

A história da imprensa cabo-verdiana começa a 24 de Agosto de 1842 com a publicação do primeiro número do Boletim oficial do Governo geral de Cabo Verde, impresso na vila de Sal Rei, Boa Vista. Apesar do atraso de 7 anos em relação ao decreto de 07 de Dezembro de 1836 que o criava. Cabo verde consegue ser a primeira colónia portuguesa em Africa a publicar um boletim oficial.

Trinta e cinco anos depois, aparecia o primeiro jornal nacional– o“independente”- dado á estampa a 1 de Outubro de 1877, com periodicidade semanal, lançado por um grupo de indivíduos que em 1880 lançaria o Echo de Cabo Verde. Os primeiros jornais nacionais, surgidos entre 1877 e 1889, nasceram na cidade da Praia e foram eles: o independente (1877–1879), Correio de Cabo verde(1879), Echo de Cabo Verde, Imprensa (1880-1881), Cidade da Praia (1881), A Justiça (1881), O Protesto (1883), O povo praiense(1886), O Praiense (188) e Praia (1889). Uma proliferação de jornais que se pode explicar pela aproximação do centro do poder e pela existência de uma tipografia pertencente ao grupo fundador do Independente. A década de 90, para além da viragem histórica, marcada pelo ultimatum inglês e pela expansão do ideário republicano que atinge a classe intelectual e por acréscimo a imprensa, marca também deslocação geográfica no centro da actividade jornalística. A zona de Barlavento comanda a produção com o surgimento do Almanach Luso-Africano (1895/98) e o Revista de Cabo Verde, fundada em Mindelo por Luís Loff em Janeiro de 1899, tendo Eugénio Tavares como principal colaborador.

Nos anos seguintes, marcados pela fome que assolou o arquipélago, com expoente em 1902-1903, Mindelo detém a primazia com os Jornais “A Liberdade” (março1902 – Abril 1903) dirigida por Aurélio e Tomaz Martins, “Salve”(1902) e “A Opinião” (1902-03) sob direcção e edição de Luís Loff, “O Espectro”(Fev.1904).

Em São Nicolau circulava em 1901 “A Esperança” sob direcção do cónego Teixeira. Santiago retoma a dianteira, apenas por um dia, para publicar a 21 de Setembro de 1907 o “Cabo Verde” número comemorativo da visita do príncipe real Luís.filipe, tendo Augusto Miranda como director e editor.

Com a implantação da república assiste-se á uma proliferação sem antecedentes de títulos, a maioria de curta duração, dos quais se destacam A voz de Cabo Verde, fundado na Praia por Abílio Macedo do qual Eugénio Tavares foi colaborador (1911-19), o independente (Praia, 1912-13); O Progresso (Praia, 1912-13), O Mindelense (Mindelo, 1913); O Futuro de Cabo Verde (Praia, 1913-16); A Defesa (Fogo, 1913-15); O Popular (Mindelo,1914-18); O Caboverdeano, (Praia, 1918-19); A Seiva (Praia, 1920); Cabo Verde (Mindelo, 1920); A Acção (Praia, 1921-22); A Verdade (Praia, 1922); O Manduco, de Pedro Cardoso (Fogo,1 de Agosto 1923-24).

A década de 30 é marcada pelo jornal de maior longevidade na história da imprensa caboverdeana, o Notícias de Cabo Verde. Fundado por Leça Ribeiro, na cidade do Mindelo, começou a circular a 22 de Março de 1931 e editou o último número a 28 de Agosto de 1962. Caso ímpar e, um recorde então. Do mesmo período destacam-se ainda as publicações “O Eco de Cabo Verde”(Praia, 1933-35); Ressurgimento (Santo Antão,1933-35); Orvalho (SantoAntão, 1936-37); as revistas “Claridade”(Mindelo, 1936-60), Certeza (Mindelo, 1944) e Cabo Verde - Boletim de propaganda e informação publicado entre Outubro de 1949 e Junho de 64, dirigido por Bento Levy onde todos os intelectuais da época deram corpo e onde se estreiaram os mais novos como foi o caso de Amílcar Cabral logo no primeiro numero com o texto “algumas considerações acerca das chuvas e até uma tentativa frustrada de se criar na Praia o Diário de Cabo Verde que ficou pelo número espécime de 8 de Março de 1956; acresce-se o Boletim dos alunos do Liceu Gil Eanes de Março de 1959, e jornal o Arquipélago ( publicado de Agosto de 62 a Junho de 74) que marcam uma época efervescente em termos de produção jornalística que antecede á independência nacional, Os jornais Mais Além dos estudantes do Liceu Adriano Moreira, e a Voz paroquial, ambos em 1967.

Destacamos nos jornais do período de transição “Alerta” dirigido por David Hopffer Almada, cuja publicação se iniciou a 27 de Junho de 74, uma semana após o fim do Arquipélago que fora o órgão oficial do regime colonial e que teve apenas 1 mês de vida; o novo jornal de Cabo Verde publicado entre 1 de Agosto de 1974 e 4 de Julho de 1975 antecedendo ao Voz di povo.



1 comentário:

  1. obrigada, isto vai me ajudar na elaboração de meu trabalho de grupo.

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